A garotada da escolinha de futebol Genoma Colorado pôde experimentar um pouco do clima de uma Copa do Mundo em um campeonato interno realizado no mesmo período do Mundial da Rússia. Cerca de 150 garotos foram divididos em grupos e representaram as seleções do Brasil, da Bélgica, da Inglaterra e da Espanha.
Os próprios instrutores da escolinha escolheram os times. Muitos garotos reclamaram. “A briga maior era para pegar a camisa 10, todos queriam pegar a camisa 10”, brinca o treinador Fábio Ribeiro. Não era para menos, afinal, não é por acaso que a camisa 10 eternizada por Pelé acabaria sendo duplamente premiada na Copa da Rússia: o 10 da vice-campeã Croácia, Luka Modric, do Real Madrid, foi eleito o melhor jogador do Mundial; e o camisa 10 da campeã França, Kylian Mbappé, de apenas 19 anos, companheiro de Neymar no PSG, foi escolhido como a revelação do campeonato.
Claro que a proposta é confraternizar, é movimentar a garotada em uma atividade saudável física e socialmente - tanto que a réplica da taça da Copa do Mundo vai ser entregue ao jogador que apresentar melhor desempenho escolar. Mas dentro da quadra do Beirão, na Ponte do Imaruim, onde os jogos vêm sendo disputados, a garotada joga pra ganhar. Certamente, muitos sonham em disputar uma Copa do Mundo de verdade, e alguns já mostram talento suficiente para tentar a sorte nos gramados.
Victor vestia a camisa 7 da Inglaterra, a mesma que Jesse Lingard, atacante do clube inglês Manchester United, vestiu na Rússia. Aos 10 anos, o garoto, morador do Bela Vista, já é cotado para ingressar nas categorias de base do Atlético Paranaense, assim como outro “inglesinho”, Kauê, de 11 anos, revelado pelo projeto social do Genoma junto ao Paissandu, no Aririú. Como eles, há outras jovens promessas. Ramon vestiu a camisa da Bélgica; Arthur comandou a Espanha; Willame foi um dos destaques do Brasil. Eles encheram os olhos de quem acompanhou as partidas - a maioria, pais dos atletas; uns mais calmos e contemplativos; outros mais agitados, incentivando e passando orientações aos filhos-atletas em campo.
O campeonato ainda não terminou. Como a garotada está de férias escolares, ainda tem rodadas pela frente. Mas seja qual for o time campeão, todos podem ser considerados vencedores por investirem tempo e suor em uma atividade esportiva, que não forma só atletas, mas também, cidadãos de bem.