A reunião de professores que marca o início de semestre na Faculdade Municipal de Palhoça teve um ingrediente especial na última quinta-feira (25): a assinatura de um termo aditivo para a prorrogação do convênio internacional firmado entre a instituição palhocense e a escola de formação profissional Ba Biagué, da Guiné Bissau.
O convênio foi assinado em 2014, quando a FMP recebeu a visita da representante da escola, Mariama Ba Biagué, ex-ministra de Saúde Pública do país africano. Mariama voltou ao Brasil este mês, para uma romaria de atividades. “Foi uma maratona”, diverte-se, esbanjando a simpatia serena dos africanos.
Ele chegou na sexta (19) e passou uma semana na região. Participou de uma audiência com o prefeito de Palhoça, Camilo Martins; esteve na Prefeitura de Imbituba; conheceu Nova Trento; e também visitou a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), onde fechou uma parceria para trazer alunos da Guiné Bissau para estudar Engenharia de Petróleo - o país africano tem jazidas ainda inexploradas, e o governo local quer formar mão de obra suficientemente qualificada para empreender seu próprio programa de exploração de petróleo futuramente. “Eles têm muitos campos de petróleo lá a serem explorados ainda, para veres a importância desse convênio. A gente, que está aqui, não tem a dimensão da necessidade que eles enfrentam. Hoje não tem uma universidade pública no país”, revela o professor do curso de Gestão de Turismo Marcos Souza, que já visitou o país e conheceu de perto a realidade local.
A FMP também acolhe estudantes da Guiné Bissau. Todos os anos, a faculdade recebe cerca de 12 alunos do país africano. “São alunos respeitosos, educados e dedicados”, elogia o diretor executivo da FMP, Fábio Pereira. “Já temos alunos formados na nossa instituição que hoje estão trabalhando lá na Guiné, estão pegando o conhecimento adquirido aqui e levando para lá, para aplicar no país deles”, explica.
Mariama afirma que esse tipo de oportunidade é muito importante para os jovens guineenses. “O Brasil é muito importante para nós. Muito obrigado pela oportunidade que nos deram”, agradeceu, durante a assinatura da prorrogação do convênio. “O convênio trouxe muita alegria para os pais que têm filhos aqui a estudar e os que se formaram aqui e estão lá a trabalhar. Isso é um benefício para o meu país, porque não temos universidade pública. Temos universidades privadas, mas com muita carência de qualidade de professores, equipamentos, livros, biblioteca... Um aluno saindo daqui não se compara com um aluno formado lá. Isso é uma novidade e uma alegria para nós”, reflete.
Mariama também teve filhos estudando na FMP. “Quando eles voltam para lá, eles vão com um conhecimento muito grande para poder ajudar o país deles, eles têm bastante necessidade desse conhecimento”, argumenta.