Por: Sofia Mayer*
Por conta da pandemia, o horário na Celesc foi limitado das 8h30 às 12h30. Com o tempo reduzido, munícipes estão relatando formação de longas filas só para pegar senhas para o atendimento. A espera no escritório da companhia, no Caminho Novo, chega a durar três horas, segundo relatos.
Na terça-feira (8), a moradora Kátia de Jesus esperou por uma hora para retirar sua senha, na rua, e depois precisou aguardar mais duas horas para, enfim, ser atendida. A situação, de acordo com ela, é crítica há algum tempo. “Um mês atrás, eu vim aqui e já fiquei três horas na fila”, relata.
Essa foi a quinta vez que Kátia precisou voltar ao escritório da Celesc para resolver o mesmo problema. Ela conta que falta esclarecimento a respeito dos procedimentos necessários, por isso, pendências sempre são acumuladas. “Acredita que ainda não foi resolvido o problema?”, indaga a munícipe, que terá que voltar ao local nos próximos dias.
O quadro reduzido de funcionários também poderia estar causando o tumulto. No início da semana, moradores contam que precisaram esperar o atendimento na chuva. “Tava todo mundo se molhando”, contaram.
Um contribuinte, que prefere não ser identificado, também levou pelo menos uma hora para ser atendido. Ele questiona o horário reduzido de atendimento, sobretudo em meio à pandemia de Covid-19, quando deveria haver um distanciamento social mais rigoroso. “Gente, precisamos aumentar o horário para não dar tanto tumulto. O que tá acontecendo ali agora, que tá todo mundo ficando com todo mundo aguardando, não tem condição”, reclama.
Na segunda-feira (7), estariam esperando atendimento cerca de 40 pessoas. “Na chuva, porque não deixam entrar”, relatam. Por decreto, há limitação de pessoas dentro de estabelecimentos em Santa Catarina.
Denúncia
A munícipe Analúcia chegou, na terça-feira (8), às 8h30 para ser atendida no escritório da Celesc no Caminho Novo; foi só às 14h, contudo, que o serviço foi concluído. Segundo ela, falta organização na sede, sobretudo no horário de almoço, quando muitos funcionários saem para almoçar, intensificando as filas. “Chegou no horário das 11h e a maioria foi comer. Só tinha duas pessoas atendendo”, relata.
A solução, segundo ela, seria criar escalas para os funcionários; dessa forma, o horário de atendimento se estenderia sem colocar em risco a saúde dos colaboradores e dos contribuintes. “Trabalham um pouco de funcionários no horário da manhã, e um pouco de funcionários no horário da tarde”, sugere.
Após horas diante de um sol forte e sem água disponível, ela diz que os munícipes se organizaram como conseguiram. “Um rapaz saiu dali e foi lá no posto, comprou duas garrafas de água de dois litros e saiu distribuindo água na fila, porque tem pessoas ali que não têm dinheiro”, comenta. Ele teria adquirido também copinhos plásticos para os populares.
A denúncia deve ser encaminhada ao Ministério Público. Analúcia conta que a espera foi tão desgastante que chegou a se queimar e a passar mal. “Fiquei com o corpo moído. À tarde, eu fiquei ruim e cheguei a vomitar, porque tu ficas exausta, cansada”, expõe.
Esclarecimentos
Em nota, a Celesc informou que retomou, em 13 de outubro, o atendimento presencial das lojas com 100% do seu quadro de atendentes, seguindo horário normal de funcionamento, após acordo na Justiça do Trabalho, que extinguiu a ação que limitava a operação das agências.
Em relação à loja do Caminho Novo, a companhia esclareceu que há três funcionários no quadro de atendentes, disponíveis das 8h30 às 12h30, de segunda a sexta-feira. De acordo com o texto, eles trabalham de forma alternada e com horário reduzido por causa da pandemia do novo coronavírus.
Para viabilizar esse retorno, a Celesc afirmou ainda que todas as adequações de protocolos de segurança foram realizadas antes da reabertura das lojas e atendimento ao público externo: “As medidas adotadas envolveram a criação de comitês especiais para avaliar a situação da pandemia a cada semana, remodelagem da estrutura física das lojas, higienização constante, lotação limitada em menos da metade da capacidade e iniciativas com foco na redução da demanda no atendimento presencial”.
De acordo com a companhia, durante a pandemia, os serviços passaram a ser disponibilizados também de forma digital: “A exemplo da solicitação para nova ligação, que pode ser realizada através do e-mail liga@celesc.com.br, e também para troca de titularidade, que pode ser solicitada por meio do e-mail titularidade@celesc.com.br. Além disso, foram remodelados alguns procedimentos, especialmente os que exigiam assinatura e validação em cartório”.
Caso seja registrada falta de energia, a Celesc sugere que as ocorrências sejam protocoladas pelo aplicativo da Celesc, disponível na App Store e no Google Play. O cliente também pode fazer isso no site da Celesc ou, ainda, enviando SMS para 48196 com a mensagem “SEM LUZ” e o número da sua unidade consumidora.
* Sob a supervisão de Alexandre Bonfim
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