Os sócios Thyago Gabriel Sant’Anna e Tiago Trombeta Brandão, que gerenciam as quadras do Brasileirinho Papo & Bola, no Bela Vista, vão dedicar o ano de 2018 à solidariedade. A intenção é organizar, até dezembro, 10 edições do tradicional festival de futebol que o espaço costuma promover, e toda a renda será destinada à reforma da casa do treinador voluntário Ademir Machado, o Coquinha. O primeiro evento será realizado no dia 7 de abril, um sábado, e as inscrições estão abertas.
Não se trata de um campeonato. Um festival é uma reunião de partidas isoladas. Cada time joga uma única partida, com dois tempos de 25 minutos, e o vencedor recebe medalhas e troféu. A tabela é livre, ou seja, cada time escolhe o horário em que gostaria de jogar (das 8h às 20h); portanto, quanto antes for feita a inscrição, maior a quantidade de horários disponíveis.
A atual gestão do Brasileirinho assumiu a administração do espaço em janeiro do ano passado, e realizou alguns festivais, com sucesso. Por isso, os sócios decidiram repetir a dose em 2018, ampliando a quantidade de eventos, mas desta vez como forma de ação social. Além do dinheiro arrecadado com o valor das inscrições - R$ 100 por equipe -, os organizadores estão convidando os participantes a doar alimentos não-perecíveis. Tudo será destinado à família do Coquinha.
Thyago Gabriel Sant’Anna conta que não conhecia a história de vida e de luta do treinador, que mora em situação precária com a família, no Bela Vista. Tomou conhecimento quando passou a gerenciar o Brasileirinho. “Conheci o Coquinha a partir do ano passado, no começo do ano, quando a gente comprou aqui. O antigo proprietário nos comentou sobre ele, que ele estava sempre aqui, fazia churrasco pra galera, e também nos comentou sobre o lance dele no futebol”, relembra Thyago.
Na época, Coquinha estava procurando um campo para seguir trabalhando com a criançada da região no seu projeto de escolinha de futebol, um trabalho que há 30 anos faz parte do seu cotidiano. “Há dois anos fiquei sem campo. Na Fucabem, não deixaram mais. Disseram que não tinha mais espaço para mim”, relembra ele. Como o Brasileirinho não tinha escolinha e as referências sobre o trabalho que Coquinha faz com a garotada do bairro eram as melhores possíveis, os sócios resolveram abrir o espaço para ele. Coquinha usava as quadras das 16h às 19h.
Este mês, o trabalho foi incrementado, com a chegada do professor Thiago Miranda. A escolinha não é mais gratuita, mas o valor cobrado é mínimo, apenas para custear o trabalho do professor: R$ 30 por mês (para quem é do bairro). Hoje, a escolinha do Coquinha atende cerca de 60 crianças, nas categorias sub-8, sub-10, sub-12 e sub-14. Elas treinam de segunda-feira a quinta-feira, a partir das 17h40.
Quem quiser se inscrever ou obter maiores informações sobre os festivais e sobre a escolinha pode entrar em contato com a administração do Brasileirinho Papo & Bola pelo telefone (WhatsApp) 99810-1610.