Uma moradora de Palhoça denuncia que o túmulo de seu filho, falecido em 2005, teria sido removido sem aviso prévio e o espaço vendido para outra família. Segundo os relatos, a administração do cemitério teria alegado que os restos mortais foram preservados, mas a mãe questiona a falta de transparência e documentação sobre o procedimento. O caso ocorreu em um cemitério localizado no Passa Vinte.
O drama começou quando o filho mais novo da moradora foi visitar o jazigo e percebeu que a numeração havia desaparecido. "Ele esteve lá em junho de 2023, mas ao retornar, no início de 2025, encontrou outro sepultamento no local. Sem nenhuma notificação, o túmulo do meu filho foi removido", afirma a mãe.
A família afirma que o jazigo nunca esteve abandonado. "Temos fotos que comprovam que ele estava conservado. Todo ano, meu filho visitava o local. É uma injustiça", desabafa.
Ao buscar explicações na Prefeitura e na administração do cemitério, a mãe foi informada de que os restos mortais haviam sido "guardados", mas não obteve provas concretas. "Pedi a devolução do túmulo, mas disseram que meus direitos haviam expirado. Meu ex-marido comprou o espaço para sempre, não apenas por cinco anos", alega.
A mãe relata que, ao lado do ex-marido, adquiriu o túmulo logo após o falecimento do filho e que não há dúvidas de que a compra foi feita em caráter definitivo. Ela também apresentou vídeos antigos, que mostram que a lápide estaria identificada.
Segundo a denunciante, a administração do cemitério alegou que os ossos estavam guardados de forma organizada, mas não entregou provas. "Fui no cemitério e não achei nada. A pessoa responsável me disse que ia achar e me entregar, mas eu falei na cara dela: 'Você pode me dar os ossos de qualquer um e dizer que é do meu filho'. Vou pagar por um exame de arcada dentária para ter certeza", relata.
O relato da família se soma a outras denúncias. "Depois que eu saí de lá, veio outra família reclamar do mesmo problema. Eles vendem túmulos e exumam corpos sem notificar as famílias", denuncia.
A família está reunindo provas e pretende buscar medidas legais para esclarecer os fatos.
Em contato com a administração do cemitério, a equipe responsável afirmou que casos de exumação só ocorrem com autorização do familiar responsável.
Já nos casos em que é detectada alguma irregularidade, o que inclui abandono do túmulo ou sepultura, a decisão sobre como proceder é tomada por via judicial.