Por: Willian Schütz
Em julho de 2014, um jovem morador da Ponte do Imaruim foi morto pela polícia em um assalto a um posto de gasolina. O caso ocorreu com o filho do rapper Coroa, que escreveu uma canção inspirada sobre o assunto. Intitulado “Eterno Maguila”, o rap será lançado digitalmente nesta quinta-feira (31). A letra relembra a história daquele jovem e aborda os caminhos que o levaram até aquele episódio.
“Eterno Maguila” aborda temas como violência urbana, truculência policial, criminalidade, vício em drogas e injustiças sociais. Ao longo dos versos, Coroa narra a história daquele jovem: momentos da infância com os amigos, da adolescência jogando futebol e da juventude, quando o rapaz cedeu ao vício em drogas e teria começado a praticar outros delitos. A música humaniza esse personagem e traz como crítica a falta de um julgamento perante a justiça, tratando o caso como “execução”.
Segundo o artista, “Eterno Maguila” é um desabafo que se mescla com críticas viscerais. Para isso, a música sincretiza uma série de elementos musicais. Rap, rock, samba e outros efeitos sonoros dão tom a esse novo trabalho, com arranjos de Thyago Rachid e Dierre Pichorz, que também é responsável pela produção. As gravações ocorreram no estúdio Octopus Sound Box, no Centro de Palhoça.
O rap também ganhou um clipe, gravado em Palhoça e dirigido por Jorge Kloppel Júnior. O vídeo será lançado em novembro.
Para conferir a música e outros materiais do rapper, basta acessar o perfil @coroarap no Instagram.
O artista
Anderson Luís Jukowski é mecânico náutico e pai de família que mora em Palhoça. Viajado, já conheceu mais de 20 estados brasileiros e trilhou uma história cheia de acontecimentos que envolvem vícios, perdas e muitos momentos de intensidade extrema. Diante de muitas angústias, ele começou a desabafar através da poesia e do rap.
Aos 48 anos, adotou o nome artístico de Coroa e logo passou a compor várias músicas. Seus trabalhos começaram a ser publicados em 2022 pelo perfil @coroarap no Instagram, abordando temas como vícios, amores, solidão e natureza.
Em 2023, intensificou sua produção, lançando o rap “Falange de Ilusão” e publicando séries de vídeos autorais, incluindo uma live session no estúdio Octopus Sound Box e parcerias com o coletivo A Bolha. Em 2024, continua trabalhando em novos projetos, incluindo uma parceria com o escritor Anderson Ribeiro e o Projeto Semeadura.
Em março, lançou a série audiovisual “Contos e Sangue”, dando novo impulso à sua obra. Recentemente, também participou do projeto “Terça com Poesia”, do portal da Criativa Catarina.