O prefeito Camilo Martins pode decretar a qualquer momento situação de alerta em Palhoça, em razão da crise no abastecimento de água. Na segunda-feira (5), o secretário de Segurança Pública, Alexandre Silveira de Souza, e a equipe da Defesa Civil fizeram uma visita à estação de captação da Casan, de onde parte a água que é distribuída em Palhoça, sob a administração da Secretaria Executiva de Saneamento (Samae). “Está tudo seco, está bem complicada a situação”, observa o secretário.
A Samae encaminhou um memorando à Defesa Civil solicitando que fosse feita uma análise da situação do abastecimento de água, prejudicado pela seca. A falta de chuva em Santa Catarina está levando o estado a uma situação de estiagem. Essa condição é acompanhada pela Epagri/Ciram nas estações hidrológicas por ela monitoradas, que registram 15 pontos críticos; um deles é justamente em Palhoça.
De acordo com o pesquisador de hidrologia Guilherme Miranda, nas regiões mais críticas, o total de precipitação acumulada entre 1º de junho e 5 de agosto está em torno de 40% a 50% da média climatológica. “Para agravar a situação, a previsão para os próximos dias é de pouca chuva”, diz o meteorologista Clóvis Correa. “Provavelmente, as chuvas previstas para os próximos dias não alterarão o quadro de estiagem em Santa Catarina”, prevê.
Essa condição de pouca ocorrência de chuva impacta na disponibilidade de água nos rios de complexos e bacias hidrográficas como a do Cubatão do Sul, que abastece Palhoça. Na noite de 31 de julho, a Casan, que faz a captação da água que posteriormente é distribuída pela Samae, informou à secretaria que todas as derivações de adutoras que fornecem água tratada às redes de distribuição do município seriam fechadas durante a noite, e o abastecimento retornaria ao normal no início da manhã do dia seguinte. Tal medida, segundo a Casan, é necessária para equilibrar o sistema de distribuição de água nos outros municípios da Grande Florianópolis.
Diante da falta de água em bairros da cidade, o município notificou oficialmente à Casan para que diminua a pressão de abastecimento de água em Palhoça de forma proporcional ao que está sendo feito nos outros municípios. A Samae também solicitou a análise da situação junto à Defesa Civil. “Realmente, está precário, tem bairros em que está faltando água (pelo menos cinco bairros, de acordo com informação extraoficial)”, lamenta o coordenador municipal de Defesa Civil, Júlio Marcelino. “A gente vai estar alertando a população, deixando a par do que está acontecendo, que realmente está precário e que a população precisa se conscientizar e economizar”, acrescenta. Júlio Marcelino revela que apresentaria um relatório ao prefeito indicando a necessidade de decretar “estado de alerta” no município.