Técnicos da Epagri apresentaram o projeto de extensão e pesquisa Caminhos da Mata Atlântica (CMA) à comunidade acadêmica da Faculdade Municipal de Palhoça (FMP), na quinta-feira (3).
O Caminho da Mata Atlântica é uma trilha que, quando finalizado o processo de implementação, terá 3 mil quilômetros de extensão, desde o Parque Nacional de Aparados da Serra, no Rio Grande do Sul, até o Parque Estadual do Desengano, no Rio de Janeiro. A trilha irá cruzar mais de 60 áreas protegidas, incluindo 10 parques nacionais e 32 parques estaduais, formando um grande corredor ecológico. A trilha é uma iniciativa do Borandá, um movimento social fomentado pelo WWF-Brasil.
A ideia é promover o fortalecimento dos empreendimentos ligados ao turismo nas regiões situadas no entorno do percurso da trilha. “O projeto está buscando parceiros para seu desenvolvimento, que vai desde o estabelecimento do melhor trajeto a ser percorrido pelo CMA, assim como serviços de geoprocessamento (no sentido de mapear todas essas áreas), até fomentar e desenvolver os pontos de apoios (equipamentos turísticos) necessários ao longo do caminho, como locais para hospedagens, locais que ofereçam serviços de alimentação e lazer, e locais para a visita e comercialização de produtos artesanais da agricultura familiar”, informa o engenheiro agrônomo da Epagri em Palhoça Edson Carlos de Quadra.
Em Santa Catarina, o CMA irá abranger inúmeros municípios, dentre eles, Palhoça, com trabalhos já desenvolvidos pela Epagri. Na reunião na FMP, foi criado um grupo de trabalho (chamado Grupo de Animação Municipal) para a condução do processo, integrado por instituições, pessoas ligadas a trabalhos com trilhas, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Prefeitura, Instituto do Meio Ambiente (IMA), Federação de Montanhismo e Escalada de Santa Catarina (Femesc), FMP, Associação Empresarial de Palhoça (Acip), agricultores, maricultores e pescadores artesanais.
A próxima etapa do processo é fazer o levantamento das trilhas, que começarão a ser demarcadas no final de outubro. Os alunos das disciplinas Ecoturismo e Desenvolvimento Sustentável do curso de Gestão de Turismo estarão atuando diretamente no desenvolvimento deste processo. “A FMP estará participando do projeto Caminhos da Mata Atlântica, capitaneado pela Epagri, e três motivos principais nos levam a esta partição: o aprendizado acadêmico, o fomento de emprego e renda para os munícipes de Palhoça e o papel de indutor do desenvolvimento sustentável que a FMP tem no município”, reflete o professor do curso de Gestão de Turismo Marcos Souza.
A reunião contou com a participação do secretário de Turismo de Palhoça, Adriano Mattos. “É um projeto bem interessante”, avalia o secretário. Na terça-feira (8), na reunião da instância de governança da região turística da Grande Florianópolis, o projeto foi novamente apresentado, destacando a participação de Santa Catarina dentro do trajeto. “Em Palhoça, já estamos trabalhando um projeto que se chama Retrilhar, que abriga principalmente as trilhas do Sul, como a Trilha do Maço, a Trilha do Vigia e a Trilha da Pedra do Urubu. Já temos as duas primeiras trilhas mapeadas e vamos sair a campo, acredito que nos próximos 15 dias, para fazer a da Pedra do Urubu, para posteriormente serem sinalizadas”, lembra o secretário.
Na reunião na FMP, Adriano Mattos comentou sobre a necessidade de somar esforços, trabalhando em parceria, inclusive com outros projetos de demarcação e popularização de trilhas já existentes, como o do Caminho do Peabiru e o próprio Retrilhar, para estabelecer um projeto macroestruturado. “Vamos unir Epagi, Prefeitura e outras instituições, para que a gente possa trabalhar essa questão das trilhas. O ecoturismo está em alta não só no Brasil, mas em todo mundo, e a gente pode atrair turistas também na baixa temporada. Nossa temporada de sol e praia está bem consolidada no verão, e nosso desafio é justamente poder atrair turistas durante a baixa temporada”, comenta.
02/12/2024
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