Por: Débora Goulart Acácio*
O aleitamento materno é uma prática de promoção e prevenção à saúde, pois gera inúmeros benefícios para o binômio mãe-filho, família e meio ambiente. Para a mãe, a amamentação ajuda a reduzir o ganho de peso decorrente da gestação, facilita a recuperação do útero ao seu tamanho normal, diminui o risco de hemorragias, anemia pós-parto e alguns tipos de cânceres.
O leite materno é considerado um alimento completo por possuir tudo que a criança precisa, além de ser de fácil digestão e possuir anticorpos que protegem a criança de infecções, alergias, cânceres infantis e algumas doenças crônicas como hipertensão arterial e diabetes. Por esses motivos, dentre outros, o Ministério da Saúde recomenda o aleitamento materno, de forma exclusiva, nos seis primeiros meses de vida e de forma complementar até os dois anos ou mais.
O incentivo ao aleitamento materno é um grande desafio na saúde pública, devido ao alto índice de desmame precoce e o grande número de óbitos infantis por causas evitáveis. Para que haja êxito na prática do aleitamento materno, as mães necessitam de apoio permanente, não só das suas famílias e amigos, mas também dos profissionais da saúde, que deve ser iniciado durante a gravidez, nas consultas de pré-natal, com informações atualizadas e de qualidade.
Para tanto, dentre os profissionais da saúde, um que se destaca é o enfermeiro, sendo de extrema importância nesse período, pois tem autonomia e habilidades para desenvolver intervenções educativas durante a gestação, que permitirão que essas mulheres sejam protagonistas da prática da amamentação durante o puerpério. Assim, o enfermeiro atua como um facilitador, desmistificando crenças e mitos acerca do ato de amamentar. Durante o pré-natal, parto e puerpério, o enfermeiro é o profissional que mais se aproxima da mulher, tendo uma importante função na educação em saúde, incentivando e apoiando, através da sua prática, o início do aleitamento materno, conferindo às mães a autoconfiança em sua capacidade de amamentar.
Como forma de encorajamento e fortalecimento da prática da amamentação, no dia 1o de agosto é comemorado o Dia Mundial do Aleitamento Materno, que abre a Semana Mundial de Amamentação (SMam), organizada pela Aliança Mundial Para a Ação em Aleitamento Materno (Waba). Esse ano, a SMam incidirá sobre o impacto da alimentação infantil no meio ambiente, com a intenção de informar as pessoas sobre as ligações entre a amamentação e o ambiente/mudanças climáticas, fixar a amamentação como uma decisão climática inteligente, estimular ações para melhorar a saúde do planeta e das pessoas através da amamentação, e envolver-se com indivíduos e organizações para obter maior impacto. Colocando assim, o leite materno é natural, renovável, ambientalmente seguro e capaz de gerar profundas conexões entre a saúde humana e a natureza.
* Enfermeira, especialista em Saúde da Família e Home Care, docente da Unisul
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