Na última segunda-feira (1), foi celebrado o Dia Internacional do Idoso, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população idosa (acima de 60 anos) deve dobrar no país até 2042, em comparação com 2017, totalizando 57 milhões de pessoas. O IBGE também aponta o aumento da expectativa de vida, que passou para 76 anos. Nesse cenário, há uma série de atitudes e cuidados que pode ser adotada para melhorar a qualidade de vida daqueles que já estão na terceira idade ou irão fazer parte dela nos próximos anos.
“O envelhecimento bem-sucedido é aquele em que se alcança um equilíbrio entre o envelhecimento biológico, físico e psicológico”, afirma Felipe Domingos Lisbôa, coordenador do curso de Educação Física da Faculdade de Tecnologia Nova Palhoça (Fatenp). “A incorporação de alguns hábitos no cotidiano faz uma diferença enorme em questões como prevenção de doenças, autonomia e segurança”, diz Nora Alejandra Patrícia Rebollar, arquiteta, doutora em Engenharia Civil e coordenadora dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design de Interiores da Fatenp.
Dicas que podem transformar para melhor a vida dos idosos
Atividade física
Entre os benefícios, estão a melhora do bem-estar geral, da condição da saúde física e da preservação da independência de mobilidade.
A atividade física tem impacto direto no processo biológico do envelhecimento e é uma ferramenta importante para o controle da pressão arterial, prevenção de alguns tipos de câncer (como próstata, mama, fígado e pulmões) e melhora da capacidade cardiovascular. “Há ainda impacto no psicológico da pessoa, pois o bem-estar físico aumenta a autoestima e reduz problemas como mau humor e insônia”, diz Lisbôa.
Além disso, ao praticar uma atividade física coletiva, criam-se laços afetivos de amizade e de relações interpessoais, tão importantes para evitar problemas como a solidão.
Cuidados com a prática de exercícios
Consultar um médico antes de iniciar qualquer plano de exercícios, para saber das condições físicas gerais
Sempre que possível, procurar um profissional da área de Educação Física para organizar um plano específico adequado às condições da pessoa
Iniciar a prática devagar, preferencialmente dez minutos duas vezes ao dia, aumentando gradativamente
Nunca esquecer o aquecimento e o relaxamento antes e depois do exercício; manter-se hidratado
Usar roupas e calçados apropriados
Se sentir sintomas como tonturas, falta de ar, náuseas dor ou pressão no peito, braço, ombro ou pescoço, parar imediatamente e procurar um médico
Cuidado e conforto arquitetônicos
Uma abordagem voltada mais para a prevenção é a proposta de Nora Rebollar. Cuidados básicos garantem segurança e conforto para idosos, evitando quedas e facilitando a mobilidade. “Por exemplo, utilizar uma cadeira ergonomicamente pensada faz com que a pessoa, automaticamente, esteja cuidando de sua coluna, ou ler com uma iluminação boa durante toda a vida também possibilita preservar a visão”, defende.
O banheiro é uma das áreas mais sensíveis e deve ser adaptado cuidadosamente com instalação de barras de apoio, piso antiderrapante no box e assento para banho.
Desníveis e escadas, mesmo que em pequenas escaladas, devem ser evitados e, se isso for impossível, a solução é colocar sinalização. No caso de escadas, a recomendação é colocar piso antiderrapante e corrimão firme na altura de 90cm.
Em relação às portas, o ideal é que tenham, no mínimo, 80cm de largura, para facilitar a passagem com auxílio de um andador.
Tapetes costumam ser fator de queda, mas não precisam ser retirados, basta que estejam embaixo do sofá com as pontas fixadas com fitas antiderrapantes.
Por último, a iluminação também requer cuidados: portas e janelas maiores, que facilitem a entrada de luz, e a instalação de pontos de luz nos corredores e locais de circulação intensa são duas importantes recomendações - esta última ajuda na locomoção noturna, evita quedas e batidas inesperadas.