Aos 23 anos, Taynara Bonetti, aluna do curso de Psicologia da UniSul concilia os estudos, os treinamentos do triathlon, as atividades da casa, o casamento e os cuidados com a pequena Chloe
Quem nunca ouviu essa frase saindo da boca de uma mulher? Pode não ser fácil, mas quem disse que seria! Ou ser mulher é ter que enfrentar um leão por dia. Com a pandemia do coronavírus e as restrições de isolamento impostas pela OMS (Organização mundial da Saúde) como alternativa para controlar o contágio, as mulheres acumularam mais atividades, tendo até três jornadas. Essa rotina corrida atinge também as jovens mães como é o caso da estudante do curso de psicologia da UniSul, Taynara Bonetti, de 23 anos. A universitária que se tornou mamãe da pequena Chloe a apenas dois meses, está conhecendo os desafios e as maravilhas da maternidade enquanto estudo para se tornar uma profissional da psicologia.
“Quando descobri que estava gravida recebi o apoio dos meus familiares, dos amigos e do meu marido e isso foi extremamente importante, mesmo assim fiquei muito assustada. No entanto, é bom saber que você pode contar com alguém para te dar suporte desde o apoio funcional, alguém para dirigir até a obstetra, até o apoio emocional”, comenta Taynara.
Cursando o quinto semestre de psicologia na Unisul, Taynara também tem uma rotina de treinamentos de triathlon. Mesmo não delimitando muito os horários, a atleta diz que costuma estabelecer um período para ficar no celular e não se distrair durante o dia.
“Tenho uma rotina, mas não estipulo horário por conta da Chloe. Geralmente acordo às sete e fico com as tarefas domésticas pela manhã, intercalando com mamadas. No período da tarde realizo meus treinamentos de triathlon, com yoga e funcional. Fora que estipulo um horário para usar celular”.
A maternidade não é um obstáculo para a estudante, mesmo que não estivesse em seus planos ser mãe nesse momento. Apenas os treinos tiveram que ser adiados, mas, muito também por conta da pandemia, a jovem ressalta que a não teve que interromper seus planos, apenas, mudar a estratégia para alcançá-los. “Eu não pensava em ser mãe, pelo menos não agora. A faculdade eu continuo fazendo tudo de maneira remota, sobre os treinos dar uma parada foi benéfico. Em 16 anos, eu nunca parei de treinar, essa foi a primeira vez, e clareou muita coisa a respeito da minha vida”, ressalta.
Na mesma situação que a Taynara, existem milhares de mulheres no Brasil. De acordo com uma pesquisa do Ministério da Educação em conjunto com a Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), ser mãe e cursar uma graduação faz com que cerca de 18,1 das mulheres entre 18 e 29 anos abandonem os estudos no ensino superior.
“Nunca passou pela minha cabeça abandonar a graduação, mas, confesso que é desafiador. Eu cheguei a abrir a câmera para falar com a professora e a Chloe estava mamando. Como as aulas tem sido gravada, estou preferindo assisti-las em momentos que a Chloe está dormindo, assim consigo absorver o conteúdo” reforça. Taynara também destaca como a ajuda das colegas de curso tem sido importante “Tenho algumas colegas que tem me ajudado muito com as atividades e trabalhos, o que é incrível e empático. No meu caso realmente não me importei com o que pensariam sobre mim por ser mãe jovem. Acredito que o maior desafio tema sido mesmo conciliar com a faculdade, mas de resto só há pontos positivos”.
Começando a trilhar seu caminho a estudante reforça a importância dos estudos da maternidade, do esporte e de sua mãe na sua formação como pessoa “Sempre observei que minha mãe movia rios e montanhas por mim, recebeu tiros e flechas, e nunca deixou que algo me atingisse, mas ao mesmo tempo me apresentou para o mundo e me ensinou como devo me defender diante das circunstâncias da vida. Ela me inspira”.
A jovem reforça que as expectativas para o futuro são as melhores possíveis “Eu sou muito determinada e acredito que tudo acaba se encaixando de alguma forma e ajudando na minha formação como ser-humano”. Ela conta como se enxerga daqui a 10 anos “Com outro filho! Ser mãe é bom demais. Me vejo como uma psicóloga renomada, reconheço o quanto tenho me esforçado e sei que o resultado não será diferente do que venho me dedicando. Daqui a 10 anos, em resumo, me vejo no auge da minha vida. Por ora estou construindo outros lastros e lapidando algumas lascas”, finaliza
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