A construção de terceira pista, no mínimo, em um dos trechos considerados mais perigosos para quem trafega na BR-282, entre a Via Expressa, em Florianópolis, e São José do Cerrito, na Serra Catarinense, foi o principal resultado da reunião realizada nesta terça-feira (26) pela Frente Parlamentar da Grande Florianópolis, com a presença de prefeitos, vereadores e lideranças. Neste trecho, de 2017 a 2019, foram registrados 112 mortos em acidentes em 245,6 quilômetros de estrada.
O deputado Nazareno Martins (PSB), coordenador da frente e proponente da reunião, destacou a importância da união dos deputados da região em prol dessa reivindicação e afirmou que será encaminhado um documento solicitando apoio do Fórum Parlamentar Catarinense, que reúne os três senadores e os 16 deputados federais, para que sejam liberados recursos para obras na rodovia. “Somente no trecho entre Palhoça e Alfredo Wagner, costumava levar uma hora de carro; agora, em duas horas é praticamente impossível chegar lá. Precisamos de, no mínimo, uma terceira pista nos principais trechos”, reflete Nazareno.
Também participaram da reunião os deputados João Amin (PP), Marlene Fengler (PSD), Marcius Machado (PL), Valdir Cobalchini (MDB) e o secretário de Estado da Infraestrutura, Carlos Hassler.
No total, a BR-282 tem 680,6 quilômetros entre Florianópolis a Paraíso, no Extremo-Oeste, e em todo seu percurso há apenas três trechos duplicados - que totalizam 40,6 quilômetros. Ou seja, 5,96% da rodovia. Os municípios do entorno da BR-282 são responsáveis por cerca de 24% do PIB de Santa Catarina, agregam 1,7 milhão de habitantes (IBGE/2018) e geram um PIB de aproximadamente R$ 61,6 bilhões (IBGE/2016).
O agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Vinícius Alencar Moretti, representando a superintendência catarinense, destacou que a rodovia é extremamente importante para Santa Catarina, corredor do Mercosul, com um trânsito diário de milhares de veículos. Para ele, a construção da terceira pista em trechos da via não é o ideal, já que há uma necessidade de sua duplicação, mas é o que é possível no momento. “É uma das rodovias mais perigosas do estado, por isso se faz necessário o debate para melhoria da infraestrutura da pista e a conscientização dos motoristas”, adverte. Para Moretti, o trecho considerado mais perigoso da rodovia está entre Águas Mornas e Alfredo Wagner, com 50 mortos desde 2017.
O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Santa Catarina, Ronaldo Carioni Barbosa, afirmou que há muita coisa a ser feita em todo o percurso da BR-282 e muito já está sendo realizado, mas o gargalo maior é a construção de terceira pista entre Águas Mornas e Alfredo Wagner. “Nós dependemos de recursos. Nós queremos ver a 282 duplicada, mas não tem dinheiro para isso”, lamenta. Ele enfatizou que o Dnit investiu na implantação da terceira pista na Via Expressa, em Florianópolis, e em obras de melhorias em Ponte Serrada e em Chapecó, até a BR-158.
Ele falou que o Dnit tem projetos de obras na rodovia e que somente para a implantação de terceira pista no trecho considerado mais crítico, entre Águas Mornas e Alfredo Wagner, seriam necessários cerca de R$ 200 milhões.