Por: Lisandra Silva*
Encontra-se em escalada o número de casos de transtornos de humor entre adolescentes, principalmente casos de depressão e consequentemente as grandes possibilidades de suicídio. Compreende-se que a adolescência é considerada uma fase de intensas transformações biológicas, psicológicas e sociais que podem, muitas vezes, trazer ao adolescente um desequilíbrio emocional. Atualmente, após o surgimento das tecnologias virtuais, temos sido extremamente influenciados por estas, e quando não há um olhar atento dos familiares, isto pode se tornar uma grande ameaça à saúde mental de nossos “aprendizes de adultos”.
Acerca da compreensão da ciência psicológica, em relação à depressão na adolescência, pode-se observar o quanto há semelhanças entre os sintomas que ocorrem nesta psicopatologia e as características consideradas “normais” desta fase da vida humana. Devido a estas semelhanças, encontram-se as dificuldades para um diagnóstico preciso. É necessário que os pais estejam alertas e acompanhem diariamente seus filhos, observando seus comportamentos, companhias e por onde navegam na rede. A influência do vínculo familiar, como aspecto importante relacionado à depressão na adolescência, deve ser considerada, pois é neste meio que a criança se desenvolve e se torna adolescente e adulto. Daí a importância de trazer informações aos pais e outros membros da família acerca das características mais comuns da adolescência, assim como também sobre a possibilidade de desenvolvimento de transtornos de humor, muitas vezes por conta de uma base familiar desestruturada ou fragilizada emocionalmente.
Na compreensão da doença e com relação às estratégias de cuidado e os maiores desafios encontrados no acompanhamento de adolescentes em depressão, é importante que os profissionais de saúde mental busquem um diagnóstico planejado e feito por equipe multidisciplinar.
Não há dúvidas de que a psicoterapia é indispensável nestes casos, como forma de buscar compreender a origem psíquica do transtorno depressivo, além de terapias complementares e possibilidade de uso de antidepressivos em casos mais graves, feito de forma controlada pelo profissional médico. Dentre as técnicas psicoterápicas possíveis de serem utilizadas no tratamento, evidencia-se que Há uma multiplicidade delas, tais como: técnicas corporais, diálogo terapêutico e trabalho lúdico. Demonstra-se, ainda, a necessidade de que a família e os profissionais que acompanham o adolescente com depressão estejam associados e alertas para a possibilidade de suicídio, buscando protegê-lo, tornando-o consciente de suas escolhas.
Enfim, a melhor estratégia é a prevenção, que pode ser feita a partir da informação de qualidade à família e à sociedade acerca das distinções das características “normais” da adolescência e da depressão nesta fase.
Porém, é importante dizer que a psicoterapia feita com profissionais habilitados e competentes poderá trabalhar de forma preventiva. Para isto, é importante buscar ajuda antes mesmo que o problema se torne tão grave e possa resultar em uma tragédia, como muitas que acompanhamos diariamente na mídia.
* Psicóloga em Palhoça