Texto: Isonyane Iris
Se a surpreendente história do filme “De Volta Para Casa”, onde a cachorrinha Bella vive a aventura de percorrer 400 milhas até reencontrar seu dono, está emocionando nos cinemas, imagina o que as pessoas sentiriam se soubessem que a realidade imitou a ficção e que tudo aconteceu na Pedra Branca!
Max é um cachorro da raça boiadeiro australiano, raça de pastoreio conhecida por ser muito resistente, ativa e ainda suportar as condições extremas do terreno australiano. Um cachorro muito dócil, carinhoso, brincalhão, que estava na família do casal Eliane e Denair Pinheiro há mais de dois anos.
Moradora da Pedra Branca há 11 anos, a família tem um sítio para onde rotineiramente viaja, em Concórdia (SC), para descansar nas férias. Como de costume, o casal sempre leva os cachorros com eles, para passar uns dias no campo. “Sempre que viajamos para o sitio nós os levamos. Temos dois cachorros que nos acompanham sempre: Max e o Cebolinha”, conta Eliane.
Em julho de 2018, a família saiu de férias para o sítio e levou os cachorros. “Meu esposo foi na frente com o Max e o Cebolinha, e nós em seguida. Ao chegar em Concórdia, como de costume, os soltamos para que pudessem explorar o terreno. Eles conheciam o lugar e nunca tinham fugido, mas nesse dia só o Cebolinha voltou para casa. Procuramos pelo Max, mas a última informação é a de que ele teria sido visto por volta das 23h na rua perto do sítio de um vizinho”, relembra Eliane.
A família continuou procurando pelo amigo canino todos os dias em que estiveram no sítio, mas sem nenhuma notícia. Sem esperanças de encontrar Max, a família retornou para casa triste com o sumiço do cãozinho. “Foi como perder um membro da família. Ficou um vazio em casa. Nossa procura foi sem sucesso e então perdemos a esperança de encontra-lo novamente”, relembra a família.
O que ninguém esperava é que a lealdade de Max prometia grandes surpresas. No dia 26 de janeiro, seis meses depois do sumiço de Max, a foto de um cachorro perdido pela Pedra Branca assustou a família. “Não podia ser ele, seria impossível ele ter andado mais de 450 quilômetros. Corri para pegar algumas fotos que tínhamos dele para comparar as manchas pelo corpo e tive certeza: era o Max”, conta Eliane, emocionada.
Depois de procurar Max por mais duas horas pela Pedra Branca, a família finalmente o reencontrou. “Sentimos muita tristeza por vê-lo machucado, magro e com tantas cicatrizes. Sinal de que sofreu muito até chegar em casa. Mas, ao mesmo tempo, estávamos felizes, sentindo uma grande emoção pelo retorno inacreditável do Max. Estávamos gratos, pois ele tinha voltado e isso era sinal do carinho que ele tinha em casa. O levamos para o veterinário, fomos para casa, cuidamos dele, enchemos ele de amor e hoje ele está se recuperando ao lado da sua família”, conta o casal, feliz em ter o seu melhor amigo de volta em casa.