Por: Sofia Mayer*
Nem o Conselho Comunitário do Alto Aririú, com quase 40 anos de existência, está passando ileso à crise do novo coronavírus. Muito pelo contrário. Para seguir de pé, atendendo às 310 crianças matriculadas na educação infantil, funcionárias estão tendo que arrecadar dinheiro com produção de alimentos. Todas as sextas-feiras, pães, bolos e salgados são vendidos no próprio espaço físico do CEI Chapeuzinho Vermelho, como é popularmente chamado. Marmitas também são distribuídas, uma vez ao mês, no sistema de “drive thru”.
Sem os recursos que vinham dos eventos, cancelados por conta da pandemia, o CEI se viu na iminência de fechar as portas. De acordo com a coordenadora pedagógica, Maiara Duarte, a iniciativa de vender os alimentos foi a solução obtida - a partir de uma conversa com o contador, a diretoria e funcionários da instituição - para bancar despesas básicas, como pagamento das contas de luz, água, internet, telefone: “E para repor a folha de pagamento, pois o recurso repassado da Prefeitura não cobre a folha de pagamento das funcionárias e não supre nossas necessidades”, esclarece.
Como a divulgação acontece nas redes sociais, os pedidos geralmente são feitos ao longo da semana: “O grupo combina o que vai fazer e divulgamos, assim as encomendas vão surgindo”, explica Maiara, completando que também há produção de uma quantidade limitada para ser vendida na hora. Toda a compra dos ingredientes necessários é bancada pelos próprios colaboradores e simpatizantes da instituição. Segundo a coordenadora, a aceitação tem sido boa na comunidade.
Marmitas em drive thru
Uma vez por mês, o grupo também se propõe a produzir e vender marmitas, no valor de R$ 15, no chamado “Carreteiro Solidário”. O próximo evento está marcado para acontecer no dia 19 de setembro, um sábado, a partir das 11 horas da manhã. A entrega acontece em esquema de drive thru, para preservar a segurança de todos os envolvidos, no próprio endereço do Conselho.
Manutenções
Além das despesas fixas, a Vigilância Sanitária solicitou que as paredes do Conselho Comunitário fossem pintadas. Segundo Maiara, um grupo de pais tem se reunido aos sábados para ajudar na empreitada: “As tintas ganhamos de doações. Foram doações de amigos e vereadores, que estão nos ajudando”, esclarece. Falta, ainda, realizar a pintura nas áreas internas, nos muros e no parque infantil.
Histórico e atendimentos
As atividades do Conselho Comunitário do Alto Aririú começaram em 1981, depois da reivindicação de um grupo de moradores para a construção de uma quadra de esportes: “Após várias tentativas junto a políticos e órgãos competentes, foram orientados a criarem o Conselho Comunitário, para que os recursos da construção da quadra de esportes fossem libertados”, explica a coordenadora.
Hoje, o Conselho Comunitário atende 310 crianças na Educação Infantil, divididos em 12 salas de aula, por meio de uma parceria com a Prefeitura de Palhoça: “Ganhamos toda a alimentação escolar, cursos, nutricionistas e uma verba em dinheiro para o pagamento das funcionárias”, comentar. Entre professores, auxiliares e cozinheiras, 37 funcionárias trabalham no local: “O Conselho Comunitário do Alto Aririú vem há 39 anos batalhando com recursos vindos através da comunidade e de parcerias”, afirma Maiara.
Além da creche, o espaço físico do Conselho Comunitário do Alto Aririú também é utilizado pelo grupo de idosos do bairro. Por conta das restrições sanitárias, contudo, não há atividades presenciais acontecendo no local.
Contribua
As encomendas, tanto dos pães, bolos e salgados, como das marmitas do “Carreteiro Solidário”, podem ser feitas pelo número (48) 99627-5955 ou a partir da Instagram da instituição, disponível neste link.
https://www.instagram.com/ccaltoaririu/
* Sob a supervisão de Alexandre João Bonfim da Silva
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