Por: Willian Schütz
É difícil falar sobre a história do Carnaval da Grande Florianópolis sem citar o nome de Márcio Schitz. Nascido em 24 de julho de 1952, o carnavalesco atuou em escolas de samba importantes da região, conquistou títulos e foi um dos fundadores da principal agremiação de Palhoça: a Nação Guarani. Por conta de toda essa notoriedade, o falecimento de Márcio, na quinta-feira (16), comoveu carnavalescos da região.
Através das redes sociais, a Nação Guarani fez uma nota de pesar sobre o falecimento de Márcio. “Uma perda irreparável para a nossa escola de samba e para o Carnaval como um todo”, escreveu no comunicado. “Seu talento, dedicação e paixão pelo samba marcaram nossa trajetória e deixarão uma saudade imensa. Neste momento de dor, unimos nossos corações em homenagem a esse grande mestre que ajudou a construir nossa história. Foi um dos fundadores da escola, da qual foi o primeiro presidente e atuou como carnavalesco. Márcio, se hoje existe Nação Guarani, foi porque você não desistiu desse sonho”, destacou o texto.
O pronunciamento da escola de samba relembra a importância de Márcio para a história da agremiação. Afinal, o esforço dele foi crucial para a formação da escola. A ideia de criar uma escola de samba em Palhoça surgiu em 2008, quando Schitz, então carnavalesco da escola Protegidos da Princesa, desenvolveu um enredo sobre a cidade. Seu amor pelo samba o levou a construir uma história sólida na cultura carnavalesca de Santa Catarina.
Além de sua contribuição à Nação Guarani, Schitz foi um dos principais nomes de outras agremiações e detém o título de único tetracampeão do Carnaval de Florianópolis, com a escola Copa Lord.
Formado em Artes Plásticas pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Schitz ingressou na instituição em 1991 e também deixou sua marca na educação, atuando como professor. Sua trajetória artística se estendeu ao teatro, onde dirigiu peças memoráveis, como "O Maravilhoso Mundo de Dungadim", "Alice no País das Maravilhas" e "Cinderela".
Aos 72 anos, Márcio Schitz faleceu devido a complicações decorrentes de uma cirurgia na coluna, realizada no Hospital Celso Ramos, em Florianópolis. Ele já havia sido hospitalizado por problemas de saúde em dezembro de 2024. Seu velório aconteceu na noite da última sexta-feira (17), e sua despedida ocorreu no sábado (18), na Capela São Pedro, no cemitério do Itacorubi, também em Florianópolis.
Entre outros feitos, Márcio também foi oito vezes responsável pela produção artística do Projeto Natal Reluz de Palhoça; esteve por quatro anos na coordenação do Festival Municipal de Teatro da rede municipal de ensino de São José e foi diretor didático e pedagógico na Fundação Barddal, na área Teatro e Dança.