28b9699ef83d4e6b7e945f462ad2aceb.jpeg Rajadas de vento derrubam ao menos duas árvores em Palhoça

a2f8977f0e7597f90e7d86d65694b15f.jpg Defesa Civil alerta para riscos de temporais e agitação marítima em Santa Catarina

c3a617f9c40c6b2bcba437f7dc583bd7.png Águas de Palhoça inicia chamamento público para serviço de verificador

a2244fd2ad6b573f5dee9091717071b5.jpeg Relatório do IMA analisa balneabilidade nas praias de Palhoça na semana do feriadão

133df88ff1527b92ca757297a0470b69.jpeg Alunos do Programa de Educação Musical de Palhoça apresentam concerto

6527a2d7d24c0af020c8a55517ff9e18.jpeg Festival Solidário da Pró-Crep reúne ações culturais e socioambientais

af662679ca85149c7152db5017355b1e.jpg Premiação Trajetória Cultural Palhocense: FMEC divulga inscrições deferidas

3f5a34724984249b39fb4b9527c3d370.jpeg Centro Cultural recebe exposição no Mês da Consciência Negra

d4dd8eca14c950d508336c85ee5b9039.jpeg Jovem de Palhoça conquista medalha nos Jogos da Juventude Caixa

ee05e058856a08c8d6de3d64e4e969b8.jpeg Programa Educa+Esporte realiza capacitação de basquetebol

6c8ea95c8d3178d84e72de169f612fd2.jpeg Palhoça terá equipe na badalada estreia do surfe nos Jasc

0a89397242042586eb759db06068e2a0.jpeg Atleta de Palhoça integra equipe brasileira de tiro com arco no Oriente Médio

c69cabc404913995e3ac2597c3282619.jpeg Amor pelo jiu-jitsu: mãe e filhos participam da mesma competição

Coronavírus: preocupação nas aldeias indígenas

Com a propagação da pandemia da Covid-19, comunidade no Morro dos Cavalos muda hábitos e adota restrições

286ad3cc0da21bbe2dec126ff989c6e7.jpeg Foto: DIVULGAÇÃO

Por: Sofia Mayer*

 

Para se proteger do avanço do novo coronavírus (Covid-19), indígenas de duas aldeias do Morro dos Cavalos, em Palhoça, estão tendo que adaptar a rotina e aderir a restrições territoriais. Sem deixar de lado o uso de ervas medicinais e a busca por uma dieta orgânica, a fim de dar uma turbinada na imunidade, a comunidade tem aderido, durante a pandemia, às práticas vistas no mundo todo: isolamento social e intensificação nos hábitos de higiene. De maioria autônoma, porém, as 52 famílias da comunidade estão garantindo, hoje, alimentação a partir da doação de cestas básicas.

Em março, quando a Covid-19 acabava de chegar em território catarinense, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), apresentou medidas que poderiam ajudar a prevenir o contágio nas aldeias. Segundo o “Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo novo Coronavírus (Covid-19) em Povos Indígenas”, os casos suspeitos da doença terão prioridade no atendimento à população, a fim de diminuir o tempo de contato do vírus nas comunidades indígenas.

Para a representante catarinense do Conselho de Aldeias Guarani, Kerexu Yxapyry, a medida da Sesai é positiva para o povo do Morro dos Cavalos. A líder lembra de outros momentos, na história, em que índios foram massacrados por epidemias carregadas por imigrantes ou pessoas da cidade. “Além de toda a colonização, essas gripes foram trazidas e o nosso povo, assim, não tinha imunidade para resistir a essas doenças, não tava preparado, foi pego de surpresa”, contextualiza. Kerexu ressalta que a diferença, hoje, é que a comunidade está se protegendo de outras formas, com resguardo social e medidas de higiene. “Mesmo assim, eu temo pela imunidade da população indígena com essa questão do coronavírus, que tá vindo arrasando com tudo”, observa.

Segundo levantamento interno, 53 famílias fazem parte das duas aldeias que compõem o Morro dos Cavalos. Para proteger a comunidade do avanço da Covid-19, Kerexu conta que medidas de segurança, como barreiras de acesso, tiveram que ser montadas. “Eu acho que, no nosso caso, é um processo ainda mais delicado, porque nós moramos muito próximos da cidade, e ainda tem uma BR que passa, cortando o nosso território”, explica. A representante conta que, a todo momento, alguém fica de vigília, impedindo a passagem de pessoas, tanto para entrar, como para sair do espaço. “Às vezes, quando as pessoas são mal informadas, quando não sabem que aqui é uma terra indígena, param o carro dentro da aldeia. Às vezes, param para ficar ali parados mesmo, para arrumar o carro, para fazer não sei o quê”, reclama. Desde o dia 18 de março, a Fundação Nacional do Índio (Funai) suspendeu as autorizações de entrada em terras indígenas.

Apesar das restrições,  a pandemia está sendo um momento para aflorar as tradições do povo, que está consumindo muitas ervas medicinais, por exemplo. “Isso está sendo muito legal. A gente está fortalecendo muito a nossa questão da nossa tradição mesmo. A gente tem essa questão da prevenção”, afirma Kerexu.

Como muitas pessoas da aldeia são autônomas, com rendas que vêm da venda de artes próprias, famílias no Morro dos Cavalos têm relatado dificuldades financeiras durante o período de quarentena. “Há pessoas bem intencionadas, que estão preocupadas com a questão indígena e que querem trazer doações”, garante Kerexu. Além do auxílio médico, a Sesai tem feito a higienização e distribuído à aldeia todos alimentos que chegam de doações. Segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social de Palhoça, também foram feitas entregas de cestas básicas às comunidades. Kerexu Yxapyry afirma que a Funai já sinalizou intenção de ajudar.

Kerexu afirma que esse é o momento para a Prefeitura estreitar as relações com as aldeias da cidade: “O município nunca conheceu a comunidade indígena aqui em Palhoça, e hoje, é muito importante essa questão do acolhimento”. A representante ressalta, ainda, que o vínculo precisa ser consolidado, para que possam ter auxílio municipal em outras ocasiões, visto que a doença não deve ir embora tão cedo. “Acho que é bom as pessoas se conscientizaram de que isso não vai voltar ao normal. É uma mudança de hábitos de vida. E a gente está cobrando muito isso de todos os órgãos, todas as instituições, dentro e fora do governo”, destaca.

O cacique Teófilo, da aldeia Itaty, no Morro dos Cavalos, afirma que, por enquanto, estão todos bem e saudáveis, embora ainda tenham recebido poucas doações: “Mas eu fico muito feliz com o pessoal que ajuda as comunidades do Morros dos Cavalos”.

Embora a alimentação natural, com água pura e sem agrotóxicos, seja uma das formas de resistência do povo indígena, as comunidades precisam receber, de forma emergencial, alimentos básicos para sobreviver à crise. A médio e longo prazo, Kerexu sugere que a Prefeitura fortaleça a agricultura familiar: “Acho que a imunidade maior é a nossa alimentação”.

Palhoça concentra, ao todo, cinco aldeias indígenas: Cambirela, Praia de Fora, Yakã Porã, Itaty e Maciambu.

 

* Sob a supervisão de Luciano Smanioto

 

Quer participar do grupo do Palhocense no WhatsApp?
Clique no link de acesso!
 

 



Galeria de fotos: 2 fotos
Créditos: DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO
Tags:
Veja também:









Mais vistos

Publicidade

  • ea73bab336bac715f3185463fd7ccc14.jpg