Por: Willian Schütz*
Os motoboys são profissionais que atuam com serviços de entrega e obtêm sustento através das suas motos. Já com um número notavelmente menor, as motogirls são as mulheres que escolhem essa profissão. Com a proliferação dos serviços de entrega, algumas dessas profissionais que atuam entre Palhoça e Florianópolis relatam os principais pontos de atenção dessa rotina nas estradas.
O aumento dos serviços de tele-entrega (delivery) foi exponencial desde o início da pandemia de Covid-19. De acordo com um levantamento da Statista, empresa internacional especializada em dados de mercado e consumo, o Brasil foi o grande destaque no segmento de delivery na América Latina em 2020. Sozinho, o país foi responsável por cerca de 48,77% do mercado latino-americano.
Com essa mudança de hábitos e de consumo, a demanda por entregas aumentou muito, gerando oportunidades para quem precisa trabalhar sobre duas rodas. Por isso, as motogirls têm transitado cada vez mais por Palhoça e região.
Em um restaurante de comida japonesa localizado no bairro Pedra Branca, por exemplo, são elas quem têm a missão de sair com dezenas ou até centenas de pedidos por noite. Em um só local, duas motogirls dividem essa missão, trabalhando das 18h30 às 23h, em escala de dias alternados.
Natural de Minas Gerais, a jovem Laura é outro exemplo da profissão. No ano passado, ela decidiu ser motogirl em Palhoça, por conta do horário diferenciado em relação à maioria dos empregos. “Eu escolhi trabalhar como entregadora porque é na parte da manhã e na parte da tarde que consigo estudar. Então, na parte da noite fica mais fácil eu ter disponibilidade para trabalhar”, relata a mineira, que diz já estar familiarizada com o trânsito de Palhoça. Assim, ela costuma anunciar online a sua disponibilidade para trabalhos com entregas.
A equipe de jornalismo do Palavra Palhocense também conversou com mulheres que dão relatos mais profundos e pessoais sobre a profissão, relatando mais sobre as nuances do que é ser uma motogirl.
Trabalhando como motogirl e transitando pela Grande Florianópolis há mais de um ano, Nara é autônoma. Ela reconhece o fato das mulheres serem minoria neste meio e entende que, por conta disso, há situações onde é julgada pelo sexismo. “Nós, motogirls, não estamos livres de situações desse tipo; eu mesma já ouvi várias coisas machistas, mas isso só me faz querer crescer mais no que eu amo fazer”, relata.
“Eu sou suspeita em falar dessa profissão, porque eu amo andar de moto, então eu juntei o útil ao agradável. Tenho minha liberdade financeira, tenho meus trabalhos agendados, posso ter horários flexíveis, entre outras coisas! Não acho nada de ruim em trabalhar como motogirl, eu acho que muito ruim é a falta de educação que existe no trânsito e que muitos não respeitam nós, que somos motogirls ou motoboys”, completa Nara.
* Sob a supervisão de Alexandre Bonfim
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02/12/2024
02/12/2024