O prefeito Camilo Martins decretou “situação de emergência” em Palhoça em razão dos efeitos ocasionados pelo ciclone, que provocou danos na cidade nesta terça-feira (30) e quarta-feira (1). As equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros foram mobilizadas em quase 100 ocorrências. O Decreto 2.607, de 1º de julho, foi assinado após o recebimento do relatório de danos, realizado pela Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec).
No artigo 1º, o documento informa que “fica declarada a existência de situação anormal no município de Palhoça, decorrente do ciclone que assolou o estado de Santa Catarina (…), afetando a infraestrutura de diversos imóveis, particulares e públicos, caracterizando situação de emergência”. A situação de anormalidade declarada é válida “única e exclusivamente para atender as localidades comprovadamente afetadas pelo ciclone, em Palhoça”.
Os primeiros danos, causados pelos ventos, que se aproximaram de 100km/h, predominantemente do quadrante Sul, foram registrados por volta das 16h de terça-feira (30). Em cada bairro, as histórias se multiplicavam: o desespero de quem estava em casa e acompanhou as telhas do imóvel se desprendendo, subjugadas pela força do vento, como a de uma senhora que mora na Jaqueira com o filho de 18 anos e precisou e abrigar na casa da mãe; o susto de quem trafegava pela rua de carro e testemunhou os fios da energia elétrica se partindo, como aconteceu com um morador da Barra do Aririú; a coragem da dona de um cachorrinho, que precisou sair até a parte aberta da cobertura onde mora e se jogar sobre o animalzinho, que já estava sendo carregado pelo vento, em um condomínio no Passa Vinte.
À noite, o ciclone deu uma trégua, diminuindo a intensidade das rajadas, voltando a castigar a cidade a partir da madrugada desta quarta-feira (1). Árvores caídas, motos derrubadas, vidros estilhaçados, placas destruídas fizeram parte do cenário de destruição na cidade, após a passagem do ciclone.
O relatório da Defesa Civil apresenta registros de quase 100 ocorrências diversas, causadas pelo vento. Cita que 16 colégios – o que corresponde a quase 50% dos estabelecimentos do Ensino Fundamental – sofreram destelhamento e quebra ou afundamento de forro, diretamente pela ação do vento ou em consequência de queda de árvores.
Até o início da tarde desta quarta, a Defesa Civil contabilizava 65 casas destelhadas pelo vendaval ou apresentando outros danos decorrentes do tombamento de árvores.
Equipes da Defesa Civil, bombeiros militares e civis estão ocupados desde a tarde de terça-feira, cortando e removendo entulhos de árvores de ruas, sobre a fiação de energia elétrica e das propriedades particulares atingidas. A Defesa Civil recrutou até agentes de trânsito do município para auxiliar nesse trabalho, que também inclui a remoção de estruturas metálicas de placas de publicidade, que atingiram a fiação e dificultam o trânsito.
No relatório encaminhado ao prefeito Camilo Martins, o coordenador Municipal de Proteção e Defesa Civil, Júlio Germano Marcelino, informa que a interrupção temporária do fornecimento de energia elétrica atingiu mais de 1.500 unidades consumidoras no município, afetando também serviços de telefonia e internet. Após a passagem deste “ciclone-bomba”, como foi chamado informalmente, a Celesc registrou o maior dano da história da rede elétrica estadual.
Em razão da situação de emergência declarada, ficam “as autoridades municipais e estaduais convocadas a dar toda e total atenção, bem como empregar os esforços para preservar a ordem e a vida, enquanto perdurar a situação de anormalidade”.
O secretário de Segurança Pública, Alexandre de Sousa, informa que a Prefeitura vai disponibilizar telhas e lonas para as famílias que tiveram suas propriedades danificadas. E a Secretaria de Educação já iniciou o processo de recuperação das escolas atingidas.
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