O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema) de Palhoça realizou uma reunião extraordinária, na tarde desta quarta-feira (18), no auditório da Prefeitura, para tratar da invasão de capivaras à agricultura de vários municípios da Grande Florianópolis. O encontro foi proposto por agricultores, que se sentem lesados com os ataques dos animais.
Além dos danos à agricultura, principalmente às roças de milho e arroz, também foi colocada em ata “a preocupação com a saúde pública”, pois a capivara, animal silvestre, nativo da região, é hospedeiro do carrapato estrela, que pode transmitir doenças, como a febre maculosa, doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável, mas que pode levar a pessoa infectada a óbito. Essas doenças podem ser transmitidas por outros animais, inclusive domésticos. Segundo relatos, três casos de suspeita de contaminação pela febre maculosa foram noticiadas à Divisão de Vigilância Sanitária (DIV), que confirmou dois.
As providências adotadas no encontro são: encaminhamento oficial do problema ao Instituto do Meio Ambiente (IMA), para que elabore estudos sobre o impacto causado, visando ao controle de animais na região; levar o assunto à Associação dos Municípios da Grande Florianópolis. A presidente do Comdema de Palhoça, Gênesi Duarte, também sugeriu a elaboração de um abaixo-assinado, para conscientizar as autoridades estaduais e federais sobre os danos que a proliferação de capivaras vem provocando aos agricultores e à economia gerada no campo.
Segundo relataram os agricultores, o problema é antigo e vem se agravando nos últimos anos. Conforme informaram, os animais agem em bandos e migram constantemente de um local para outro.
Quando atacam uma roça de milho, por exemplo, os danos são volumosos.
Diferentemente do javali (que é nativo da Europa, Ásia, Norte da África e Ilhas Sonda e também provoca danos à agricultura), a capivara, animal considerado o maior roedor do mundo, pode ser encontrado em toda a América do Sul. Portanto, mamífero silvestre do Brasil, habitando principalmente ambientes aquáticos. Por isso, na Grande Florianópolis, há preferência pela bacia do Rio Cubatão (com destaque em Santo Amaro da Imperatriz e Palhoça) e o estuário do Rio da Madre, entre Palhoça e Paulo Lopes.
Participaram da reunião, representantes de secretarias de Agricultura de Palhoça e Santo Amaro da Imperatriz, da Secretaria da Saúde de Palhoça, Secretaria de Infraestrutura de Palhoça, Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Palhoça, da Fundação Cambirela do Meio Ambiente (FCam), da Epagri, da Polícia Militar Ambiental, de sindicatos rurais da região, da Associação Pró-Crep, de conselhos comunitários, da Entidades da Baixada do Maciambu (Ebam), produtores de arroz e milho.