A Prefeitura de Palhoça segue monitorando e acompanhando a situação do abastecimento de água na cidade. Coordenada pelo prefeito Camilo Martins, uma equipe técnica formada por membros da Secretaria Executiva de Saneamento (Samae), Defesa Civil, secretarias de Saúde, Educação, Segurança Pública e Administração atua na “sala de situação” formada depois que o prefeito decretou “situação de emergência no sistema de abastecimento de água do município”.
Em virtude da estiagem que se prolonga por um longo período, provocando a redução dos níveis de reservatórios da Casan, a Prefeitura de Palhoça decretou a “situação de emergência”, que visa à conscientização da população sobre o uso racional da água. Na edição do Decreto nº 2.493, assinado no final da tarde de quinta-feira (8), o prefeito levou em consideração os relatórios elaborados pela Samae, que compra a água tratada da Casan e faz a distribuição no município, bem como informações prestadas pela estatal, responsável pela coleta e tratamento de água que abastece Palhoça e municípios vizinhos. Tanto a Samae quanto a Casan indicam que “a estiagem vem gerando baixa pressão e diminuição dos níveis de água nos locais de sua captação”. Essa situação “vem gerando intermitências na rede de algumas áreas do município”.
Um dos objetivos do decreto é conscientizar a população quanto ao consumo de água potável, que precisa ser “racional e controlado”. Aos órgãos públicos do município, administração direta e indireta, fica vedado “o uso de água tratada canalizada e fornecida pela Samae de Palhoça, para efetuar a limpeza de calçadas, passeios públicos, pátios de imóveis públicos municipais, inclusive para lavar veículos da frota oficial, enquanto perdurar a estiagem”. O descumprimento do decreto ensejará ao infrator “as sanções cabíveis no âmbito administrativo do município, devendo recair sobre o gestor diretamente responsável pelo bem ou local”.
Para fornecer o serviço na maior parte da cidade, a Samae compra a água tratada da Casan e faz a distribuição no município. Com os desligamentos na rede de distribuição de água durante a noite - que ocorrem desde o dia 31 de julho, de acordo com a informação repassada pela Casan -, as localidades mais altas e as pontas de rede registraram falta de água. Por isso, Camilo determinou a contratação de caminhões-pipa e pressurizador de rede de água (booster). “A estiagem é um fenômeno que foge do nosso controle e a situação é preocupante. Estamos em contato permanente com a Casan. De todo modo, os moradores pagam pelo serviço prestado e é nosso papel buscar todas as medidas para evitar o desabastecimento mesmo nos locais mais afastados”, enfatizou.
De acordo com a equipe técnica, os pontos mais críticos já foram mapeados para que o novo booster possa controlar a vazão de água necessária para abastecer todo sistema. O motor funcionará de forma itinerante e bombeará a água para os locais mais altos e pontas de rede, como os bairros São Sebastião e Alto Aririú.
“Pedimos a compreensão da população neste momento crítico, especialmente no que diz respeito à necessidade de racionamento no uso da água, já que a previsão não indica volume suficiente de chuva para normalizar o nível do rio”, lembrou o prefeito.
Educação
A Secretaria de Educação informou que houve registro de falta de água e as aulas foram suspensas no CEI Caminho do Saber, no Brejaru; Colégio Nossa Senhora de Fátima, no Aririú; CEI Snoppy, na Ponte do Imaruim; CEI Maria José, no Aririú; CEI José Miguel e CEI Romeu e Julieta, na Guarda do Cubatão; CEI São Thomé, na Barra do Aririú; e CEI Mundo Mágico, no Frei Damião.
Também houve interrupção de aulas nos cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA) nas escolas Caic (Passa Vinte), Reinaldo Weingartner (Rio Grande), Francisca Raimunda Farias da Costa (Praia de Fora), Núcleo/Eja (no prédio da Faculdade Municipal de Palhoça) e escola Maria Luzia de Souza (Passagem do Maciambu).
Saúde
Os postos de saúde estão funcionando normalmente. Na segunda-feira (12), as caixas d’água estavam cheias, favorecidas pelo fim de semana, quando não houve consumo. Foi montado um plano de contingência para que, sempre que necessário, haver um reforço com caminhão-pipa.
Sala de situação
A Casan revelou, na tarde da última sexta-feira (9), que está operando com um sistema de fornecimento (vazão) de 12x36, o que significa dizer que o fornecimento de água para a cidade de Palhoça fica fechado por 12 horas e permanece aberto durante 36 horas. Isso compromete, principalmente, o abastecimento em locais mais altos, onde não há vazão e pressão suficientes para abastecimento - ou seja, a água não chega aos reservatórios nos períodos de abertura.
Seria o caso do loteamento Jardins, no Bela Vista. Os moradores, revoltados, organizaram uma manifestação em frente à Samae, na última segunda-feira (12). Muitas famílias da região ficaram pelo menos cinco dias sem água.
Outros pontos críticos são a parte mais elevada do São Sebastião, principalmente a localidade de “Ilha do Pico”; loteamento Alaor Silveira e região; Alto Aririú, incluindo a comunidade do Morro das Gaivotas. No São Sebastião, a situação é agravada porque um grande número de residências não tem caixa para armazenamento e, portanto, esses pontos podem não receber água durante as 36 horas em que a Casan está disponibilizando o fornecimento para Palhoça.
A Samae informa que todo o corpo técnico está trabalhando continuamente para melhorar o abastecimento nessas áreas afetadas.