Por: Willian Schütz*
Muitas pessoas que moram ou visitam a Guarda do Embaú já avistaram pinguins. Atualmente, algumas dessas aves se encontram nas águas do Rio da Madre, mesmo com o calor se aproximando. “Tenho visto pinguins quase que diariamente ali na região, pegando onda ou aqui na frente de casa, já que eu moro quase na beira do rio”, exemplifica um morador local.
O biólogo Eduardo Renault, gerente de Projetos do Instituto Australis de Pesquisa e Monitoramento Ambiental e que gerencia o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), explica que a espécie avistada é o pinguim-de-magalhães, uma ave migratória abundante. A maioria dos animais encontrados na costa brasileira é formada por pinguins juvenis, que provavelmente estão fazendo sua primeira migração. Com isso, eles podem acabar permanecendo em determinada região por bastante tempo. “Esses indivíduos normalmente vão para o mar com três meses de idade e devem permanecer por um período de até cinco anos, aproximando-se da costa apenas durante o período de muda anual. Após esses cinco anos, os pinguins atingem a maturidade sexual e estão prontos para reproduzir, aproximando-se das regiões reprodutivas para esse propósito”, salienta o biólogo.
Eduardo também contextualiza que essa ave marinha se reproduz na região da Argentina, do Chile e nas Ilhas Malvinas, entre novembro e janeiro, onde formam casais monogâmicos para incubar os ovos. Os ovos levam em torno de 40 dias para eclodirem, e os pais cuidam do filhote por aproximadamente dois meses. “Normalmente, são produzidos dois ovos, porém, apenas um dos filhotes sobrevive, normalmente o primeiro a nascer. Realizam migrações para a costa do Brasil com o objetivo de se alimentar, procurando águas mais quentes. Essa migração ocorre entre março e setembro”, explica Renault.
Vale ressaltar que o pinguim-de-magalhães é uma ave migratória e atualmente está classificada na categoria de “menor preocupação” na lista de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos
O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
O objetivo é avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos.
O projeto é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Australis monitora o Trecho 2, compreendido entre Imbituba e Governador Celso Ramos. O contato com a central de atendimento pode ser feito através do telefone: 0800 642 3341.
* Sob a supervisão de Alexandre Bonfim
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