Texto: Isonyane Iris
Após seis meses de testes, o comando do 16º Batalhão da Polícia Militar, sediado em Palhoça, aprovou a utilização de câmeras de vigilância acopladas aos coletes dos policiais. Desde fevereiro, os dispositivos vinham sendo utilizados em caráter experimental. A iniciativa tem colaborado com o serviço das guarnições, e até o final do ano deve estar sendo replicada em todos os batalhões da PM em Santa Catarina.
Toda vez que o policial é destacado para atender uma ocorrência que vai ter a participação da comunidade, ele é obrigado a ligar a câmera, que imediatamente começa a gravar toda a ação, do começo ao fim. “Por enquanto, é necessário que o policial ligue o equipamento, mas a partir de novembro, vamos receber 28 novas câmeras, que serão ligadas automaticamente quando o policial for acionado, através de um bluetooth conectado ao tablet que já é usado pelas guarnições no atendimento às ocorrências”, explica o major Marcello Wagner Felipe Araújo da Silveira.
Entre os benefícios que o equipamento traz, ele ajuda a proporcionar transparência às ações, padronizar procedimentos, produzir provas e também a evitar falsas acusações contra policiais, o que, segundo o major, diminuiu consideravelmente. “Depois das câmeras, as reclamações por parte do serviço policial tem diminuído muito; muitas, inclusive, nós verificamos que eram falsas, não só com a palavra do policial, mas com a gravação. As câmeras, então, melhoraram muito o trato com as pessoas, com o poder Judiciário e com o Ministério Público”, garante o major Marcello.
O major explica ainda que na maioria das ocorrências, quando a polícia é chamada, ocorre uma “quebra da ordem”, o que faz com que as pessoas, para se defenderem, acabem por acusar aqueles que fizeram com que as coisas voltassem a sua normalidade - no caso, a polícia. “As pessoas se defendem como podem, inclusive com mentiras, isso acontece com bastante frequência. Denúncias totalmente falsas, feitas para se abster da sua ação delituosa. Pessoas, inclusive, voltadas ao tráfico de drogas, que usavam mulheres e crianças para atacar o serviço policial, e nós confirmamos com as gravações que eram questões falsas”, explica.
Quando o policial retorna para a base, as imagens das câmeras são baixadas em uma estação própria criptografada, onde as ocorrências e atendimentos ficam armazenados e indexados.
A população conta que estranhou o novo equipamento, mas concorda que, com as câmeras, os atendimentos prometem ser muito melhores. “Tudo bem que tem gente que inventa mentiras, mas também temos casos de policiais que abusam da sua autoridade. Com as câmeras, os dois lados prometem estar bem guardados”, acredita Felipe de Souza, morador da Barra do Aririú.