Há cerca de seis meses, o morador do São Sebastião Rogerio Anderle decidiu se matricular em uma academia. Ele pesava 145kg e queria emagrecer. Mas a musculação trouxe muito mais do que isso. Trouxe, também, qualidade de vida. Além de tudo, ainda despertou o instinto competitivo: neste sábado (19), em Balneário Camboriú, Rogerio vai disputar a etapa classificatória para o Campeonato Sul-Americano de Supino, uma modalidade de levantamento de peso.
“Entrei na academia para emagrecer. Pesava 145kg, tinha uma pança deste tamanho e músculo nenhum”, brinca Rogerio, que é gaúcho e mora em Palhoça há 16 anos. Ele escolheu uma academia um pouco longe de casa (mas perto do trabalho), em Capoeiras, bairro continental de Florianópolis. A escolha não foi por acaso. A Iron Up é referência quando o assunto é o halterofilismo. Logo na entrada da academia já é possível perceber que ali são formados campeões. As prateleiras, no alto da parede, são forradas de troféus. Rogerio pretende contribuir para aumentar aquele relicário de conquistas.
Não era a intenção inicial, mas ele percebeu que tinha potencial para competir. “Comecei a me empolgar, percebi que eu tenho força”, relembra. Com o perfil competitivo e a ajuda de profissionais experientes, como Santiago Luis Strambi, que há 18 anos trabalha na área, Rogerio encontrou na Iron Up o ambiente ideal para se desenvolver no esporte. “Vim por causa deles, eles sabem tudo aqui”, elogia. “Eles ensinam a técnica, não é só força”, ensina. Rogerio explica que vários fatores influenciam em um bom desempenho no levantamento de peso: posicionamento de braço, pegada na barra, respiração... Tudo contribui para recrutar o máximo possível de fibras musculares para erguer o haltere.
Conforme foi evoluindo no esporte, Rogerio decidiu começar a competir. Já ganhou troféu em campeonato de menor envergadura, em Palhoça, e agora faz a estreia em uma competição do nível de uma seletiva para o Sul-Americano. O morador do São Sebastião, de 41 anos, vai competir na categoria Master1, acima de 125kg (atualmente, ele pesa cerca de 132kg). Os três primeiros de cada categoria garantem vaga para a competição sul-americana, que será realizada em São Paulo. “A própria academia incentiva a competir, é uma questão de saúde e qualidade de vida”, reflete o atleta, que treina cinco vezes por semana, uma média de 1h30 por dia. “Já foi cientificamente descoberto que o treinamento com peso é mais eficaz para emagrecer”, explica Santiago.
O instrutor sustenta que à medida que passa o tempo, a força é mais importante do que a parte aeróbica para o condicionamento físico. “O treinamento com peso, para quem está envelhecendo, é melhor, te mantém mais jovem; até a musculatura do rosto trabalha”, garante. “Como ele está treinando todo dia pesado, o corpo dele sempre está queimando gordura. Quando você aumenta a massa muscular, teu metabolismo aumenta também”, acrescenta.
Santiago vê potencial de competição no pupilo. “Ele melhorou muito”, expressa o instrutor. Um elogio e tanto para quem queria, apenas, uma mudança de vida. Rogerio conta que sempre comeu e bebeu muito. Hoje, não bebe mais. Continua comendo bastante (até mais do que antes), mas hoje queima as calorias adquiridas com os exercícios na academia. Sempre puxando peso. Ele não gosta de fazer exercício aeróbico, não busca um perfil “fitness”. “Meu negócio é strong man, é força bruta”, diverte-se. “O que me motiva é chegar aqui, colocar um peso e amanhã aumentar”, revela. E a cada meta alcançada, um novo patamar é projetado, sempre com um objetivo: o de alcançar o lugar mais alto do pódio. “É um projeto de vida. Vou competir enquanto puder”, projeta.