O artista visual Edson Macalini, de 37 anos, representa Palhoça na final da sétima edição do Prêmio AF de Arte Contemporânea, um dos mais importantes reconhecimentos da cena de artes de Santa Catarina. Ele vai concorrer com Anna Moraes (Florianópolis) e Jan M.O (Joinville). Os três artistas irão mostrar seus trabalhos em exposição coletiva na Fundação Cultural Badesc, na Capital. O grande vencedor será anunciado na abertura da mostra, em dezembro — em razão da pandemia, a exibição será virtual. Como prêmio, fará uma residência artística de três meses na Cité Internationale des Arts, em Paris.
Edson Macalini é doutorando e mestre em Artes Visuais pela Udesc. Já mostrou seu trabalho em exposições, além de ter participado de residências artísticas, feiras e produções em coletivos de artistas. Seu trabalho envolve ações e movimentações que correlacionam artes e natureza, como uma arqueologia dos lugares onde viveu e visitou. Sua obra reflete o interesse pelas relações entre arte e natureza, biologia e arqueologia, política e meio ambiente, o urbano e o rural, além de modos de vidas humanas, de animais, plantas e culturas.
A seleção foi feita por um corpo de jurados formado por Sandra Checruski Souza, mestre em História da Arte (Udesc), especialista em Gestão e Políticas Culturais (Universidade de Girona-Espanha) e coordenadora do setor educativo e de programação cultural do Museu de Florianópolis; e por Niura Borges, pesquisadora, mestre em Artes Visuais (UFRGS) e galerista gaúcha. A terceira jurada, Mathilde Lajarrige, gerente de projetos do Departamento das Residências do Institut Français, em Paris, irá participar da seleção do vencedor ou vencedora.
Em comum, os três artistas têm uma trajetória consistente, trabalhos pautados em experimentação de diferentes linguagens e pesquisa conceitual que dialoga com as obras. “Um dos critérios usados para a seleção foi a coerência teórica e prática. Os finalistas tinham muito bem fundamentados seus trabalhos, sem deixar de lado a construção poética e o trabalho estético em si. Todos têm uma pesquisa muito densa e que se revela em suas obras”, observa Niura.
Em sua sétima edição, o prêmio promovido pela Aliança Francesa Florianópolis propõe a valorização da trajetória de artistas de Santa Catarina. Por isso, a avaliação se deu a partir do portfólio, sempre com o cuidado de apresentar à cena artistas novos e que podem ainda ocupar seus espaços. Em 2020, o prêmio recebeu mais de 70 inscrições e muitas das propostas apresentadas evidenciaram os reflexos de um ano pandêmico em algumas obras. “O momento é inusitado para todos e considerei qual era a relação do artista com esse período. Além disso, observei a experimentação e o uso de outros recursos para além das linguagens tradicionais”, explica Sandra.
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