Ícones do portfólio de artesãos de Palhoça integram exposição organizada pelo Sebrae/SC na Cidade Maravilhosa
Dois artesãos de Palhoça, Antonio Scarabelot e a filha Salete Maria Henrique, foram selecionados pelo Sebrae/SC para participar da exposição “Entre Contrastes”, montada no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (Crab), no Rio de Janeiro, com o apoio da Santa Catarina Turismo (Santur). A exposição, com peças produzidas a partir de resíduos da indústria têxtil e do papel celulose, começou na última sexta-feira (23) e estará aberta à visitação até o dia 12 de maio.
Ao todo, 87 artesãos de nove municípios participam da mostra, com um total de 612 peças, distribuídas em sete núcleos diferentes de produção. De acordo com Simone Peluso, do Sebrae/SC, Santa Catarina é reconhecida pela sua forte tradição na indústria têxtil, característica que está sendo potencializada pela produção artesanal de alto valor agregado, feita a partir de resíduos têxteis. “Os artesãos catarinenses vêm despertando atenção e conquistando destaque nacional e internacional com uma produção criativa e inovadora. Por isso, é importante uma exposição com artesanato catarinense conceitual e tradicional, que enaltece a vocação industrial do estado e dos setores têxtil e de celulose. Uma história que vai do artesanal que precede a indústria, de volta ao artesanal que é produzido a partir do seu resíduo”, conta.
A exposição ocorre em cinco ambientes distintos, que mostram o processo e setor de cada trabalho: o ofício - o tear artesanal (sala 1); a indústria - têxtil (sala 2); do resíduo à transformação - têxtil (sala 3); o cotidiano (sala 4); lúdico e novas possibilidades - papel e celulose (sala 5). No local, ainda há salas de interatividade com exposição de produtos e painéis informativos; equipamentos físicos para interação do público, instalações para percepções sensoriais e equipamentos audiovisuais e digitais.
O objetivo é divulgar o potencial de Santa Catarina, além de promover novas formas de artesanato com uma amostra da rica e variada produção catarinense a partir de uma criteriosa seleção de produtos. O evento reforça ainda a sustentabilidade e provoca uma reflexão sobre como as pessoas vêm se comportando na sociedade do consumo, visando à conscientização e à mudança de hábitos. A arte desenvolvida por seu Antonio, e aprendida com maestria pela filha Salete, é considerada pelo Sebrae como um exemplo de como se pode aproveitar materiais “descartáveis” para criar peças decorativas bonitas e funcionais. O famoso cãozinho “Chicão” é o carro-chefe do portfólio, que conta ainda com girafas, tatus, e os tradicionais “Chiquinhos” e “bichos rústicos”.
“No ano passado, eles procuraram o pai, com a intenção de fazer esta exposição no Crab. Estavam arrumando um prédio histórico na Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro, que é muito lindo, e fizeram lá”, conta a artesã. Salete esteve no Rio de Janeiro entre quinta-feira (22) e sábado (24), acompanhando a abertura da exposição, prestigiada por autoridades de Santa Catarina, do Rio de Janeiro e de outros estados do país. Seu Antonio não pôde viajar, em função de um problema de saúde. No Rio, a artesã palhocense também participou de uma rodada de negócios. “Além da exposição, com as peças que a gente produziu aqui para eles levarem, na rodada de negócios eles fazem o contato antes, com potenciais clientes lojistas, que fazem uma visita guiada e depois procuram os artesãos que atraiam o interesse”, conta. “Ficou muito bonito, os ambientes ficaram muito lindos mesmo, espero que tenhamos sucesso. Vamos ver se vai ser legal em termos de vendas também”, projeta a artesã palhocense.