A Câmara de Vereadores promoveu, na noite desta quarta-feira (7), uma audiência pública para tratar do tema mobilidade urbana, que tanto afeta a vida dos palhocenses diariamente. A Autopista Litoral Sul/Arteris, concessionária responsável por melhorias na BR-101 e vias marginais no trecho que corta a cidade de Palhoça, foi representada pelo diretor superintendente, André Bianchi, e pelo coordenador de Engenharia, Marcelo Possamai. Os profissionais apresentaram informações sobre as ações que estão sendo propostas para melhorar o fluxo de veículos na rodovia federal na região da Grande Florianópolis.
André Biachi fez um apanhado da atuação da empresa no país e divulgou números específicos do trecho Litoral Sul, entre Curitiba (PR) e Palhoça. Informou que só no trecho palhocense, foram feitos dois quilômetros de vias marginais e três passarelas. Lembrou que os projetos começaram a ser desenhados há 14 anos, antes ainda da assinatura do contrato (concretizada há 10 anos), e que muitas medidas adicionais precisaram ser tomadas, porque a situação do trânsito mudou muito com o crescimento da região neste período - só Palhoça teve um incremento de população superior a 60% de lá para cá.
Entre as medidas que estão vindo por aí, está a terceira faixa na BR-101, sentido Norte, começando próxima ao entroncamento com a BR-282 e terminando em Biguaçu. O estudo já foi protocolado junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), e agora a empresa espera pela aprovação para incluir a obra dentro do contrato de concessão. Se tudo correr bem e todo o processo andar conforme o previsto, as obras podem começar em março de 2019 e levariam cerca de 10 meses para serem concluídas. "Vai ser uma faixa adicional, que vai usar o acostamento existente, muito similar ao que já acontece na pista Sul, sentido Porto Alegre, então ela vai melhorar a mobilidade urbana em toda a região da Grande Florianópolis", explica Possamai. Hoje, o fluxo neste trecho fica entre 20km/h a 40km/h, e isso causa congestionamentos. Com a terceira faixa, um projeto estimado em R$ 93 milhões, haverá um ganho de praticamente 50% na velocidade do fluxo de veículos fora dos horários de pico. Se não for feita essa faixa extra, a previsão feita até 2021 é caótica. "No horário de pico, é traumatizante: se não fizermos esse investimento, estima-se que a velocidade média ficará em torno de 5km/h a 10km/h. É uma estimativa muito crítica. Com a terceira via, essa velocidade muda para 42km/h", projeta o engenheiro.
Marcelo Possamai também informou sobre outros projetos que já estão sendo desenvolvidos pelo próprio Executivo de Palhoça para melhorar o trânsito local. A Prefeitura já protocolou junto à empresa quatro projetos de acessos ou melhorias nos acessos às marginais da rodovia federal: o acesso na entrada da Avenida das Torres, no Jardim Eldorado, no sentido Sul, já tem a obra aprovada e está em execução; a criação de um acesso da rua Benjamin Pamplona, na Praça das Bandeiras, sentido Norte, está aprovado e em trâmite de liberação na ANTT; mesmo caso do acesso da rua Raulina Weingartner (rua da churrascaria Branger), que será ligada à marginal da BR-101, sentido Norte; e tem o projeto de melhoria na rua Jacob Weingartner (junto à rótula que leva ao Aririú), que está em desenvolvimento e ainda aguarda aprovação. "São projetos mais simples, então não vai ter problema para aprovação", garante Possamai.
Os profissionais também precisaram responder sobre o Contorno Viário, que tem previsão de conclusão para dezembro de 2021, mas as obras no trecho em Palhoça ainda nem começaram, em função dos trâmites judiciais necessários para finalizar as indenizações de propriedades situadas ao longo do trajeto. André Bianchi sustentou que a empresa já investiu R$ 1 bilhão no Contorno Viário e já está trabalhando, com 800 profissionais, em 70% do trecho compreendido pela obra. Bianchi lembrou também que o projeto inicial precisou ser alterado, e isso atrasou a obra. Esta semana, a empresa recebeu algumas críticas e questionamentos do Ibama, que ainda não concedeu a licença para o trecho Sul, que compreende Palhoça. A previsão é de que a liberação do Ibama saia apenas em janeiro do ano que vem, assim como a aprovação orçamentária por parte da ANTT com relação à construção dos três túneis que precisaram ser acrescidos ao projeto no trecho do Contorno Viário em solo palhocense. Assim, as obras dos túneis não devem começar antes de fevereiro de 2019, e a partir daí, são praticamente três anos para a finalização da obra.
Uma medida mais emergencial que pode ser feita para aliviar o fluxo na BR-101 dentro da Grande Florianópolis é a retirada dos painéis eletrônicos de sinalização de velocidade. Bianchi comentou que a própria Arteris considera uma boa medida, já que boa parte dos acidentes com colisão traseira hoje acontecem no trecho da rodovia sinalizado com a placa de redução. Os vereadores presentes na audiência (que foi proposta pelo vereador Luciano Pereira, do PSB) projetaram uma mobilização política para pressionar a ANTT a liberar a retirada do painel que fica próximo ao trevo de acesso a Florianópolis.