Depois de garantir mais um título brasileiro na carreira de quase 16 anos como atleta, o lutador de muay thai Geverson Bergamo se prepara, agora, para encarar o Campeonato Pan-Americano, entre os dias 14 e 16 de dezembro, em Buenos Aires, na Argentina.
Um título em terra estrangeira não seria nenhuma novidade. Bergamo já lutou em vários países sul-americanos e no Canadá, e também teve a oportunidade de treinar na Tailândia, a meca do esporte (que não por acaso é chamado de “boxe tailandês”). “Eu curto lutar com caras de outros países, é diferente”, conta o lutador.
Foi assim na abertura do XIII Campeonato Brasileiro de Muay Thai, realizado em paralelo com o Brazil International Muay Thai Open, disputados em Porto Alegre (RS), entre os dias 2 e 4 de novembro – as duas competições foram chanceladas pela Confederação Brasileira de Muay Thai Tradicional (CBMTT). Logo na primeira luta, pela categoria até 81kg, Bergamo encarou um atleta do Paraguai e venceu por nocaute. A segunda luta, diante de um lutador do Mato Grosso, foi mais dura, mas ele venceu por pontos, em decisão unânime dos jurados. A semifinal foi catarinense, e o atleta de Palhoça chegou a “aliviar” nos golpes e administrar a luta com tranquilidade a caminho da grande final. Na decisão, novo nocaute, diante de um atleta do Rio Grande do Sul. “Não menosprezando, mas me senti muito superior aos outros lutadores neste campeonato”, comenta Bergamo, que se define como um “nocauteador nato”, com um estilo agressivo, sempre andando pra frente e “abafando” o adversário, buscando os clinches para acertar joelhadas. O resultado corrobora esse sentimento: lutou tão bem neste Brasileiro que foi eleito o melhor lutador entre os atletas de elite do campeonato.
O que também não é nenhuma novidade – já foi eleito o melhor do Campeonato Brasileiro em outra temporada. Bergamo conta que sempre medalhou, em todos os Brasileiros que disputou: são cinco ouros, duas pratas e um bronze. Em Santa Catarina, ele garante que nunca perdeu no Estadual. No cartel, soma mais de 70 lutas, entre muay thai, k1, boxe e MMA. Alguns dos itens do relicário de conquistas decoram as dependências da academia Estilo Livre, no Passa Vinte, onde treina e dá aulas há cerca de quatro anos.
Natural de Anita Garibaldi (SC), trabalhava como agricultor até que o muay thai mudou sua vida. Gostou tanto do esporte que chegava a viajar mais de 100 quilômetros de ônibus só para poder treinar. “Já cheguei a passar fome para conseguir treinar, porque era o meu sonho, dar aula, viver da luta, ser atleta”, relembra. Um sonho que está sendo realizado em Palhoça. “Era meu sonho morar pra cá, é melhor pra arte marcial aqui, o pessoal gosta mais de treinar”, sustenta. A oportunidade surgiu quando sua esposa, Carolina, passou em um concurso e o casal se mudou para o Passa Vinte, junto com o filho Bernardo, hoje com sete anos.
Além de competir, Bergamo também repassa seus conhecimentos a inúmeros alunos espalhados por três academias em Palhoça. Pelo menos cinco deles já começam a entrar no duro universo das competições nas artes marciais. Quem sabe seguirão os passos do mestre?
Assista aos momentos finais da luta que rendeu o título brasileiro!