Após uma agressão sofrida pelo árbitro do jogo Catarinense x João Paulo II, válido pelo Campeonato Palhocense 50tão, na manhã de domingo (26), a Associação de Delegados e Árbitros da Liga Palhocense de Futebol (Adalp) decidiu fazer um apelo pela paz nos gramados. “Precisamos fazer esta conscientização, não só pelos árbitros, mas pelos atletas, dirigentes, torcedores, que ultimamente no futebol está cada vez pior a situação de agressão e xingamento. A gente sabe que um pouco é da cultura do futebol, mas agressão parte para outro lado”, reflete o diretor de Eventos da Adalp, Jorge Fernando Hammes.
O jogo foi disputado no campo do Catarinense, no Aririú da Formiga, e transcorria tranquilamente, até o árbitro mostrar o primeiro cartão amarelo da partida, aos cinco minutos do segundo tempo, após um carrinho perigoso. Antes de levantar, o mesmo atleta que já tinha derrubado o adversário com o carrinho agrediu o oponente com um chute. Aí, levou o segundo cartão amarelo e foi expulso. O árbitro ainda anotava a infração, de cabeça baixa, e nem viu quando o jogador expulso deu o primeiro golpe. O árbitro foi espancado com socos e chutes, mas conseguiu levantar e saiu correndo; o agressor foi contido por outros atletas.
O árbitro agredido já faz parte da liga há 21 anos, e nunca havia passado por situação semelhante. Ele precisou ser afastado do trabalho, porque mesmo dias depois do incidente, não conseguia abrir o olho esquerdo. Ele está sendo avaliado por um oftalmologista, mas um diagnóstico preciso só será possível quando o inchaço diminuir. O árbitro deve encaminhar um processo contra o agressor, que é funcionário da Prefeitura.
Há menos de um ano, outro árbitro da Liga foi espancado durante um campeonato de juniores. Por isso, os árbitros fazem um apelo para o fim da violência. “Precisamos fazer uma conscientização, passar uma mensagem para tentar resolver isso. A gente sabe que não vai resolver da noite para o dia”, lamenta o diretor de Eventos da Adalp, que hoje conta com 33 membros ativos, trabalhando nos campeonatos.
Uma das reivindicações da associação é que os campeonatos voltem a ter policiamento. “A gente trabalha sem segurança. Infelizmente, pelo efetivo de Palhoça, a gente não consegue trabalhar com policiamento”, lamenta Jorge. Ele lembra o tempo em que os estádios costumavam ter pelo menos dois policiais acompanhando o andamento da partida, o que oferecia mais segurança à arbitragem.