Texto: Isonyane Iris
Na tarde desta quarta-feira (12), alunos do 1º Ano do Ensino Médio do colégio Governador Ivo Silveira, no Centro, participaram de um bate-papo, pelo aplicativo Skype, com a professora Erin Gruwell, que está na Califórnia. A docente, que inspirou o filme “Escritores da Liberdade” (2007), foi contatada pelo professor de Língua Portuguesa e Literatura Jackson Luiz Colasso, com a finalidade de enriquecer a experiência dos alunos, que assistiram ao filme em sala de aula.
Empolgados, os alunos estavam atentos ao que a professora falava. Um intérprete ajudou a traduzir a conversa. “Foi uma experiência maravilhosa, nunca imaginei conversar com a professora do filme. Achei que ela era apenas uma ficção, mas ouvi-la falar hoje realmente me fez refletir sobre muita coisa”, elogiou a aluna Carolina dos Santos, de 15 anos.
O filme “Escritores da Liberdade” se passa em Los Angeles, na Califórnia, onde a dedicada professora enfrentou sua primeira classe de alunos rotulados pela administração do colégio como adolescentes “em risco” ou “problemáticos”. Ela tenta inspirá-los a acreditarem em si mesmos e a atingirem o sucesso, pois estão prestes a serem reprovados.
O professor Jackson explica que estava trabalhando com os alunos alguns temas transversais, dentre eles bullying e discriminação. “Como eu já tinha trabalhado com o filme ‘Escritores da Liberdade’, pelas reflexões que ele proporciona, eu resolvi trazer para os alunos do 1º Ano. Procurei pela professora na internet e consegui contato até que a ideia de fazer um bate-papo por Skype com os alunos surgiu. Hoje estamos proporcionando uma oportunidade aos nossos alunos que com certeza trará bons frutos. Os alunos escreveram cartas que foram digitalizadas e enviadas para Erin, que pelo Skype fez questão de mostrar todas em suas mãos. Me sinto muito feliz, realizado de ter conseguido, junto com toda a escola, proporcionar um momento como esse”, descreve o professor.
Filipe Machado da Costa, de 15 anos, teve a oportunidade de fazer uma pergunta à professora. O aluno fez questão de usar seu conhecimento da língua inglesa. “Como no filme, ela lida com alunos envolvidos com a marginalidade e com drogas, fiz questão de saber se ela já teve experiência com alunos homossexuais e como seria a melhor forma da escola lidar com eles”, questionou o aluno. Em reposta, a professora Erin contou que faz parte de uma organização LGBTQ na Califórnia e que inclusive teria participado do casamento de dois amigos professores do mesmo sexo. “Meus alunos homossexuais, eu sempre os apoiei”, finalizou a professora.
Para o diretor da instituição, Ademir Stahelin, a atividade foi um verdadeiro sucesso. “Percebemos, após a implantação do programa Ensino Médio em Tempo Integral, uma evolução nos alunos, através dos projetos desenvolvidos. Vemos grandes resultados, frutos de todos os projetos que estão sendo desenvolvidos na escola, como esse, em especial”, destaca o diretor.