No fim da semana que passou, se olhássemos para o céu, assistiríamos A um belo espetáculo noturno de mais uma lua cheia. Logo que a vi, com seu clarão embelezando mais uma noite em minha vida, entre tantas belíssimas luas gravadas em minha mente, lembrei-me de muitos versos populares. Um deles dizia: “Lua bonita, se tu não fosses casada, eu faria uma escada e ia no céu te beijar”; Lua, manda tua luz prateada despertar a minha amada... quero matar meu desejo, sufocá-la com meus beijos...”.
Meu pai escreveu uma poesia cujo título era “Noites de Abril”, que iniciava assim: “Noites de abril ... Luar de prata ... Salmo que todos cantam: uns rindo, outros chorando, na beleza ilusória de um céu calmo”. Terminava assim: “Noites de abril ... Luar de prata mágoa dos que vivem com os olhos rasos d’água e os corações repletos de saudade”.
Lamentavelmente as gerações passadas esqueceram de transmitir aos filhos a grandeza do amor, da amizade e o sentido da vida comunitária e social. Os seres humanos, pela falta de bons exemplos dos mais velhos, segue o caminho da insensatez, da mediocridade, da violência, mesmo fazendo uso das modernidades tecnológicas.
A juventude dos dias de hoje não conhece uma música romântica, apenas escuta e grita essa modernidade escandalosa, que só berra e diz besteiras que ferem os ouvidos e a sensibilidade. Podem vir a ser doutores, que sequer ouviram falar em Código de Ética e o espetáculo da natureza. Não sabem o que é poesia, ter sensibilidade para entender o amor, todos os amores possíveis em nossa vida, seja o filial, paternal, entre marido e mulher, entre irmãos, amigos, amantes e a admiração constante com o belo espetáculo da natureza.
Há tanta violência ao mundo porque o lirismo, o romantismo e o amor estão morrendo. Não se ouve mais falar em serenata, um violão ou violino executando melodias de amor e um apaixonado cantando para impressionar sua amada. Onde estão as letras e músicas românticas que homenageiam o amor e a paz?
Grande parte da juventude não sabe nada sobre músicas que mexam com a sensibilidade das pessoas. Nunca ouviram cantores românticos interpretarem: “Vejo as estrelas do céu em você, vejo a lua brilhando, vejo o sol despontando, tudo vejo em você...”.
Não se ouve mais as valsas maravilhosas que embelezavam os bailes da nossa vida. E os boleros românticos, que nos bailes dançávamos de rosto colado, dando e recebendo amor e paixão.
Não devemos ter vergonha de amar. Se não tivermos amor, não teremos nada.
Publicado em 03/05/2018 - por Juarez Nahas