O tempo passa
O tempo passa, e junto com ele, nós também passamos. Ontem, tínhamos 10 anos; hoje, estamos nos aproximando dos 100. Então, começamos a fazer um retrospecto sobre infância, adolescência, mocidade, adulto, solteiro, casado e tudo mais que modificou nossa existência.
Estou escrevendo sobre o presente e o passado porque, mexendo em meus velhos arquivos de gratas recordações, encontrei fotos de muitas vidas, algumas que já partiram e tantas outras que permanecem participando do nosso bate-papo diário.
São tantas as fotos dos vários esportes que eu participava que até me emocionei em rever colegas do ginásio, em Florianópolis, quando eu jogava voleibol, basquete e futebol de salão, representando o Instituto Estadual de Educação, no período em que era diretora e professora a grande mestra Antonieta de Barros.
Encontrei, também, várias fotos de quando eu comecei a jogar no primeiro time do Guarani, aos 15 anos de idade, com os melhores jogadores da época, de Florianópolis e Palhoça. O Gangão era o goleiro; Lelo, Cidinho Zacchi, Edson, Muri, Neri, Brito, Betinho, Dunha, Amorim e tantos outros que alegravam os torcedores, que eram muitos, no campo do seu Juliano.
Fico feliz, mesmo, quando vejo a foto da escolinha de futebol que mantive por quase 50 anos, procurando ensinar à garotada, dos 10 anos aos 17, a jogar futebol e a se comportar socialmente, além de impedi-los de se entregarem ao uso das drogas. Fico feliz quando os encontro, depois de muitos anos, alguns já são avós, e nos abraçamos com alegria. Tudo era mantido com dinheiro meu, sem jamais receber ajuda de qualquer político.
Quando eu jogava no Campeonato Catarinense pelo Bocaiúva, até a água mineral nós pagávamos do nosso bolso. Fazíamos esporte por amor à camisa; hoje, no futebol profissional e amador, quase todos os jogadores são pagos, e os diretores também.
O futebol profissional é escandaloso, com o pagamento absurdo dos salários e passes dos jogadores. Os clubes ganham milhões com a compra e venda de jogadores. O povo, levado pela paixão clubista, briga, morre e mata defendendo jogadores que ganham fortunas e sequer se preocupam com torcedores.
Se os administradores políticos, em geral, tivessem interesse em ter um país sério, mais rico, com um povo honrado e trabalhador, com uma juventude longe das drogas, com ideais de ética, com moral e civismo, tratariam melhor a educação, pois é nas escolas que se adquire o ABC da competência, para se administrar as cidades e construir uma sociedade voltada para a moral e o entendimento entre seus cidadãos.
As eleições se aproximam, vamos saber escolher os melhores candidatos de ficha limpa e expulsar os ladrões da vida pública.
Publicado em 09/08/2018 - por Juarez Nahas