História
Recordo-me de ter tido a honra de fazer a apresentação do livro “Palhoça”, escrito por Claudir Silveira. Lembro-me de, ao final da apresentação, ter escrito: “Não se faz a história com braços cruzados ou bravatas. Os omissos e covardes não constroem a história, pois ela é solidificada com suor, sangue, desprendimento e muito amor”.
Esta semana, dei mais uma relida na história de Palhoça - o que sempre venho fazendo -, relembrando a vida de meus avós, de minha mãe e de tantas pessoas que lutaram demais para que a nossa geração pudesse viver melhor.
A cultura era tratada com respeito, no final do século XIX, o que não acontece no século XXI, quando políticos querem destruir a biblioteca pública; acabaram com o estilo colonial das construções históricas; derrubaram a igreja com duas torres e dois sinos; queriam por abaixo o prédio central (tombado) da Prefeitura. Infelizmente, Palhoça tem sido vítima de muitos políticos e administradores incompetentes.
Palhoça, até 1923, era um “entreposto de mercadorias entre o continente e a ilha de Florianópolis”, com enorme progresso, até a construção da Ponte Hercílio Luz. Os lanchões que levavam mercadorias para Florianópolis ficaram sem utilidade. O livro “Palhoça”, de Claudir Silveira, deveria ser reeditado e distribuído a todas as escolas do município.
É preciso repetir, constantemente, que todos aqueles que ocupam cargos nas administrações públicas - sejam políticos ou não - são servidores pagos com o dinheiro dos impostos arrecadados. Não fazem favor nenhum sendo trabalhadores e honestos, para melhor escreverem a história de períodos diversos do município, fazendo parte dessa história como exemplo para a posteridade.
De que adianta dizermos que fomos prefeito, vereador, deputado, governador, presidente, empresário, alto funcionário, se nada fizemos em benefício do município e do seu povo, se apenas agimos para receber os lucros do cargo que ocupamos?
Sinto-me realizado por fazer parte da história de Palhoça, atuando com dedicação em sua vida política e social, a partir de 1943. Éramos uma juventude abandonada pela classe política e social dos conservadores, que sempre mandaram no município.
Devemos dispor da nossa vida como ensinam os filósofos. Goethe escreveu: “Procura fazer o teu dever, e saberás o que vales. O homem feliz é aquele que sabe colocar o fim em relação com o começo da vida”. O grande pensador Cícero disse: “Se não nos guia o amor à virtude, se só somos honrados por interesse, somos astutos, mas nunca verdadeiros homens de bem”.
Publicado em 01/06/2018 - por Juarez Nahas