Mais amor, por favor!
Ontem, fui comprar pão para o café da tarde, num supermercadinho, em Balneário Camboriú. Voltando para o apartamento, notei que o saco do pão tinha uns desenhos e uma pequena frase abaixo, que dizia: “Mais amor, por favor!”. Os desenhos eram uma caneca com um coração, e outro coração saindo fumaça do conteúdo da caneca.
Seria ótimo se todo o comércio colocasse em suas sacolas um estímulo ao amor. Infelizmente, vivemos uma época em que as pessoas esqueceram que amor existe, que sem ele o mundo vai sendo destruído lentamente. Tudo começa no seio das famílias, onde pai e mãe apenas se aturam, irmãos se odeiam, desconhecendo o sentido da palavra amor, e os vizinhos não se conhecem.
Acabamos de sair de um Carnaval violento, desrespeitoso, controlado pelas drogas e pelos bacanais, cujo resultado irá aparecer daqui a nove meses, com o nascimento de muitas crianças sem pai e dos infectados pelo HIV. Sem contarmos com o dinheiro jogado fora, aumentando as dívidas das famílias.
E o amor, o que eles fizeram do amor? O que as gerações de hoje fazem, vivendo sem amor? Tanto as mulheres como os homens, em especial os jovens, adoram a máquina maluca da tecnologia, que os deixa abobalhados, falando e rindo sozinhos. A juventude de hoje não sabe o que é diálogo, o que é amizade e o amor.
Há muitos anos existia a serenata, que era a forma de se demonstrar o amor que se tinha por uma mulher. O poeta, amargurado pela morte da poesia e do amor transmitidos pela serenata, escreveu a seguinte canção: “Vai longe o tempo que o luar era de prata, violões em serenata, enchiam o céu de amor, e a morena, se gostava da canção, sorria ao trovador”.
Era assim que se estimulava o amor: o olho no olho, a carícia nas mãos e o encostar de leve rosto a rosto, quando se dançava agarradinho, sussurrando ao ouvido as letras românticas das músicas da época. Era o tempo em que se declamava poesias como “Ouvir Estrelas”, de Olavo Bilac: “Ora direis ouvir estrelas... Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e de entender estrelas”.
Eu pergunto a vocês, que me dão a honra da leitura: quando foi a última vez que admiraram a lua cheia refletindo nas águas do mar? Faz quanto tempo que abraçaram seus familiares e os beijaram com amor fraternal? Faz quanto tempo que sorriram e estimularam as pessoas que sofrem?
Por tudo isso, eu peço a todos: MAIS AMOR, POR FAVOR!
Publicado em 22/02/2018 - por Palhocense