Educação e respeito
Está muito difícil a convivência humana... Calma! Não vou apenas falar mal das pessoas. Vou relembrar aqueles que muito me ajudaram a viver e a crescer com dignidade, aprendendo a entender o que significa ter “direitos e deveres” e, em especial, o que é o amor.
Em primeiro lugar, entre os que me ensinaram a viver e a amar, está a minha família. Começando pela minha querida mãe, Carmem; meu avô, Pedro Hoffmann; meus irmãos; e mais tarde minha esposa. De meu pai, guardado na lembrança o que ele deixou escrito nos livros e nos jornais da época, antes de morrer, aos 35 anos de idade.
É raríssimo encontrarmos alguém que tenha se preocupado em conhecer a sua árvore genealógica. Quem eram nossos bisavôs, de onde eles vieram, quais eram seus sobrenomes, suas raças, seus países de origem? Afinal, quem e o que eles eram e fizeram?
Eu, por exemplo, sei que meu avô por parte de mãe era alemão. Meu avô por parte de pai era libanês. Hoje, somos todos brasileiros. Meu neto Arthur pesquisou nossa árvore genealógica e conseguiu descobrir de onde vieram os Hoffmann e os Nahas.
Como brasileiro, cumpri e cumpro com todos os deveres de um cidadão que nasceu neste país grandioso (apesar da sua classe política): estudei; fui um jovem atuante na vida da minha cidade; servi ao Exército e usei com orgulho aquela farda que me ensinou muito sobre o que é responsabilidade coletiva e respeito mútuo.
Desde o meu lar, como criança e adolescente, aprendi o que quer dizer “direitos e deveres”, a ter ética, a exigir meus direitos cumprindo meus deveres. Sempre estudando, com enorme dificuldade, trabalhando sem parar, dormindo pouco e economizando bastante, pensando no futuro. Nunca esquecendo que todos nós necessitamos dar e receber amor.
O escritor Amado Nervo escreveu: “Sempre que existir um vazio em tua vida, enche-o de amor... Sejas adolescente, jovem ou velho... Que espécie de amor? Não importa... Ama como possas, ama a quem possas amar, ama a tudo quanto possas... Mas ama sempre”.
Olavo Bilac, em um de seus sonetos, escreveu: “Cheguei, chegaste. Vinhas fatigada / E triste, e triste e fatigado eu vinha. / Tinhas a alma de sonhos povoada. / E a alma de sonhos povoada eu tinha... / E paramos de súbito na estrada / da vida: Longos anos, presa a minha / A tua mão; A vista deslumbrada / tive da luz que o teu olhar continha”.
Sem o amor não temos nada. Morre o sonho, a esperança, desaparece o sentido de viver e temos que, tristemente, enxugar a lágrima que escorre pela nossa face. O sonho morreu, a felicidade perdeu o sentido, só nos restam as ânsias infinitas e o choro contínuo pela morte do amor.
Por isso, devemos aceitar o conselho do poeta: “Ama sempre que existir um vazio em tua vida, enche-o de amor”.
Publicado em 05/04/2018 - por Juarez Nahas