A lei, que a poucos beneficia, costuma oferecer o lado da espada mais afiado aos que têm menos oportunidade. Um exemplo está sendo vivido pelos moradores da comunidade Mestre Moa, no Caminho Novo.
O local começou a ser invadido em 2016 e hoje é moradia para 37 famílias. A pandemia da Covid-19 foi ainda mais dura com os menos favorecidos. Isso é fato matemático. Os mais ricos ficaram ainda mais ricos, e os mais pobres, mais miseráveis.
Além do abismo econômico, há também uma abissal distância no acesso à Justiça. E isso, infelizmente, é um traço histórico brasileiro.
Por outro lado, há a necessidade de uma segurança jurídica acerca da propriedade. Não podemos incentivar avanços sobre terras. Embora os grandes latifúndios do capital especulativo precisem urgentemente de desapropriações legais, sob a tutela do Estado. Vontade política para tal, não há!
Na maioria, os comentários que virão junto a esta postagem e sobre a notícia das manifestações será de: “Vai trabalhar”; “Tem que despejar”. Comentários fáceis de fazer através das redes sociais ou despachos judiciais. Difícil deve ser olhar nos olhos de quem vai perder o lar.
Publicado em 22/07/2021 - por Palhocense