A busca por um "caminho do meio"
As horas anteriores ao fechamento desta edição foram tensas. Nossa equipe, assim como boa parte dos empresários do estado, acompanhavam as definições da reunião entre o governador Moisés e a Federação Catarinense de Municípios (Fecam). Do encontro, saíram as bases para o novo decreto, com restrições que passam a valer nesta sexta-feira (12).
Sem querer fazer o enfadonho jogo do “quem é a culpa”, fica claro que o lockdown determinado no primeiro semestre de 2020 veio na hora errada. Claro que sabíamos ainda menos sobre a Covid-19. Estávamos ainda mais assustados. Mas aquele fechamento levou ao limite toda a cadeia produtiva, que tem feito fortes pressões sobre os governos para evitar qualquer tipo de fechamento. Os governos cedem aos lobistas porque pouco de concreto fizeram neste um ano.
Porém, queridos, se nessa breve história de superação, dor e morte, algum momento justifica um cuidado maternal – esse momento é o agora! Mas as pessoas parecem ter ido ao limite. Torcem o nariz para a exigência básica de máscara, álcool em gel, distanciamento. É de se entender. Estamos nessa bolha há tanto tempo, né?!
Todavia, pensem conosco: chegamos até aqui e estamos perdendo de goleada. A infecção de outros tantos, inevitável, segundo alguns, não terá suporte de leitos. Não nos leia como alarmistas. Mas é real ver que se tivermos índices de contaminação ainda maiores, em 15 dias teremos corpos pelas vias palhocenses.
Nosso papel, aqui, em editorial, vai além de registrar os fatos ocorridos. Precisamos enxergar um pouco adiante. Se perdermos a mão, o cenário será ainda mais catastrófico. Não existe um caminho do meio entre o trancafiado em casa e o aglomerado às centenas?
Publicado em 11/03/2021 - por Palhocense