Testagem, o fiel da balança
Os números do Brasil e do mundo não deixam dúvidas: estamos diante do maior desafio desta geração. A forma com que vamos lidar com a crise da Covid-19 dirá muito da nossa capacidade de agir de forma inteligente e efetiva.
Se essa crise só pode ser comparada, em termos modernos, com a Segunda Guerra Mundial, não é errado pensar no vírus como um inimigo. Ao ir para uma guerra, podemos ter duas posturas: subestimar o adversário (neste caso, corremos sérios riscos de sermos surpreendidos; exemplos históricos não faltam); e podemos também superestimar nosso oponente. O efeito mais claro, nesse caso, seria uma vitória acachapante, o que não é nada mal.
O planeta convive com o novo coronavírus desde o final do ano passado. Isso nos dá uma certa dianteira para aprender o que fizeram países que venceram esse desafio de forma mais eficaz. Vejamos casos como os da Islândia, Tailândia, Alemanha, Nova Zelândia, Finlândia e Dinamarca. Todos eles têm em comum alguns traços. Vamos aprender? Não subestimaram o problema. Não perderam tempo buscando culpados externos e, principalmente: testaram massivamente a população.
Triste realidade por aqui: entre os 15 países que mais sofrem com o Covid-19, somos o 15º em testes por milhão: são apenas 296 testes por milhão de habitantes. O Irã faz 2.755 testes por milhão e está em 14º na triste lista.
Nosso vizinho Florianópolis acaba de anunciar a compra de 35 mil desses testes, dos quais 25 mil são do tipo rápido e poderão ser feitos em sistema de drive thru. A medida pode parar a disseminação exponencial do vírus, que já matou e ainda vai matar muitas pessoas. O número exato desse cálculo depende de nossos governantes e também da gente.
Publicado em 16/04/2020 - por Palhocense