F5, por favor!
Há, neste exato momento, uma guerra em curso. Não falo desta do combate ao vírus, que se trava nos laboratórios, hospitais e ruas. A guerra que me refiro acontece nos gabinetes... políticos e dos computadores.
Em sua fala no programa Palavra do Palhocense, na última terça (31), o terapeuta palhocense Rodrigo Haeming argumentava sobre as oportunidades e efeitos que o coronavírus permite em se olhar o próximo, se identificar com ele e querer cuidá-lo. Porém, caro amigo Rodrigo, outro efeito tem crescido nos flancos digitais e burocráticos. As velhas conhecidas manipulações da notícia ganharam o nome repaginado de “fake news” e se reproduzem de forma viral.
Políticos de todas as agremiações e ideologias (se é que ainda podemos reconhecê-las) se armaram para a batalha. Mas não se enganem: o objetivo é mais eleitoreiro que humanitário. Na mesma toada, números de mortes e prejuízos monetários passaram a disputar o mesmo espaço e valor. “Todos morrem um dia, não é mesmo?”. Nossa tendência pelos radicalismos só se evidencia. E no resumo da ópera parece, mais uma vez, que tudo se resume se você é Lula ou Bolsonaro.
É verdade que o medo faz aflorar o que temos de pior e melhor. Cada um dentro de sua armadura doméstica vocifera suas certezas tão duras em letras coloridas. Não temos aberto espaço ao diálogo franco... Sabe, aquele disposto a ouvir o outro? O outro virou a ameaça real...
F5, por favor! Se ainda não notamos, as urnas já se calaram. Somos um só país. Lutando contra um vírus mortal. Contra ele, é verdade, não temos ainda uma vacina. Já contra a desumanização o antídoto pode ser a informação e a empatia. Aceita um gole?
Publicado em 02/04/2020 - por Palhocense