O drama dos invisíveis
“O pior cego é aquele que não quer ver.” A frase é antiga, mas a aplicação não poderia se encaixar mais com nossa realidade. Você já reparou quantas pessoas partiram para a invisibilidade? Com quantos dependentes químicos, pedintes, moradores de rua nós cruzamos diariamente em nossa cidade e seguimos olhando ao longe? No máximo, torcemos para que ele não se aproxime!
As redes sociais do jornal Palhocense, nesta semana em que alcançamos a marca histórica de 700 edições, jogou em nossa tela uma realidade dura de ver. Daquela que é melhor passar rápido, porque dói.
Uma família palhocense passa fome. E isso está acontecendo agora! Pior: ela não é a única. Isso porque há outras que seguem no invisível. Nossa cidade, que se vende como dinâmica, moderna e civilizada, não combina com as cores opacas do Frei Damião. A família mostrada por nossa equipe e que precisa de ajuda para sobreviver não ficaria bem como modelo palhocense para o futuro.
Nosso presidente engrossa as fileiras dos cegos seletivos. Segundo ele, não há fome ou pobreza extrema em nosso país. Pois diga isso para aquele jovem pai de família que não consegue alimentar seu filho de sete anos; que não consegue emprego, pois sofre de frequentes crises convulsivas; que vê a esposa perecer na fila de um exame para descobrir a origem dos caroços que carrega na mama.
Pesado, né?! Talvez fosse melhor não ler... Talvez fosse melhor passar o dedo na tela rapidamente e fingir que não viu... Mas, caro amigo, repetiremos por mais 700 vezes: não é possível mais virar o rosto!
Publicado em 01/08/2019 - por Palhocense