Muito carro para pouca estrada
Dois temas que certamente ficaram entre os mais comentados entre os palhocenses esta semana foram as filas e o calor. Juntos, eles minam a paciência de qualquer um e nos fazem duvidar de boas perspectivas para nossa mobilidade urbana.
O mundo moderno trouxe novas possibilidades. Nos anos 1980, aqui em Palhoça, quem tinha carro era famoso. O Tavinho andava pelo meio das estradas de paralelepípedo com seu “raidinho” de pilha, e ir à cidade significava tomar um ônibus em direção à capital. Com quase 5 milhões de veículos emplacados, hoje nosso estado tem a maior frota por habitante do Brasil. A cada 1 mil moradores, temos 690 veículos. Muito carro para pouca estrada. Não acham?
Outra inovação da era da tecnologia são os aplicativos de monitoramento de trânsito. Hoje, qualquer turista argentino é levado pelas entranhas de nossas ruas adjacentes ao Centro da cidade na fuga das famigeradas filas da BR-101.
O preço, pagamos nós. Seja no IPVA ou no IPTU. O poder público se debate em busca de uma solução para as filas no Centro da cidade. Mas as ações são orquestradas pela teoria da tentativa e do erro. Não temos um setor de engenharia de tráfego capaz de prever fluxos e medidas efetivas, sem que seja necessário fechar ruas, inverter mãos para ver no que vai dar. Bem, agora nos resta ver no que vai dar. E torcer para esta edição chegar até você a tempo, sem ficar presa na fila.
Publicado em 24/01/2019 - por Palhocense