A vida pelo retrovisor
Nesta semana, mais uma vida de um jovem motociclista foi ceifada em uma das rodovias que cortam nossa cidade. A visão poética de antigamente, de que andar de moto é sentir o ronco do motor, o vento acariciando o rosto, a velocidade que faz voar a mente para longe do corpo, a busca incessante pelo infinito das estradas, pois o infinito quase sempre está logo ali à frente, não é mais a tônica do motociclista dos dias de hoje.
A moto, ferramenta de trabalho de muitos jovens, os quais chamamos de motoboys, também pode ser uma arma mortal, devido à vida atribulada de hoje e até a falta de respeito de veículos maiores nas nossas rodovias, tem feito com que o número de acidentes e mortes com motos aumente assustadoramente.
O gosto pela velocidade foi substituído pela pressa, pela cobrança de chegar rápido, devido à agitação dos dias de hoje. Mas será que vale a pena o jovem de hoje se arriscar tanto? A visão de que o mundo é uma estrada e a vida uma enorme tela de cinema colocada por Deus no acostamento de nossas estradas e rodovias, muitas vezes, transforma-se apenas em um trailer, encerrando bruscamente histórias de vidas, que tiveram início e meio, mas sem esperado final feliz.
A vida desse jovem palhocense de apenas 18 anos sumiu no retrovisor, deixando lágrimas aos familiares e amigos... Até quando isso vai continuar?!
Precisamos de mais respeito nas estradas, de mais paciência, de menos pressa, para que a vida mantenha o seu curso normal.
Publicado em 05/07/2018 - por Palhocense