OS PÃES DE SEU BASTIÃOZINHO
Como a maioria das famílias de Palhoça tinha o hábito de fazer pães em casa, era considerada uma mera necessidade quando precisavam comprar o pão feito em padaria, que nos anos 1960 era vendido pelo Bastiãozinho, em sua galeota puxada a cavalo.
Por volta das 6h30, Bastiãozinho e sua galeota abarrotada de pães apontavam no Morro do Tanheiro, entrada do Sertãozinho, na avenida São Cristóvão. Demorava uma eternidade até chegar em nossa casa, já que a galeota parava em várias residências.
A égua baia parava em frente à nossa casa, sem que o Bastião precisasse dar o comando. Ele deixava a boleia e abria uma das tampas da galeota, deixando exalar o cheiro gostoso dos pãezinhos feitos praticamente sem bromato, da padaria da dona Zulma. Anos mais tarde, Bastiãozinho passou a pegar os pães na padaria do seu Zequinha, também localizada no Centro de Palhoça.
O Bastião pulava pra boleia, soltava o freio e, estalando os beiços, fazia com que a égua iniciasse a marcha. Eu ia junto até a curva do pasto do seu Neca Vicente, observando o padeiro e seus pães seguirem em direção a Santo Amaro da Imperatriz.
Fonte: Livro Memória Palhocense - JJ. Silva
Publicado em 23/09/2021 - por Carol Farias