O lateral Juninho, ex-Figueirense e Palmeiras, está na cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, defendendo o Blooming. Está em quarentena com a família numa cidade com 3 milhões de habitantes e 80 mil brasileiros - estudando Medicina, principalmente
Não vai ser fácil
As adversidades provocadas em função da paralisação no futebol estão trazendo grande inquietação aos nossos clubes, independente de tamanho. Os primeiros a sentirem esse baque foram os considerados grandes. Aqueles que disputam o Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores, que contavam com as receitas da CBF e Conmebol e até mesmo das cotas de TV. Se para eles a coisa ficou preocupante, imaginem para os pequenos clubes que se baseiam em receitas oriundas de bilheterias e alguns pequenos patrocinadores. Não vai ser fácil.
Não acabou
Em tempos de pandemia, a pergunta que fazemos é: o que fazer com o Campeonato Catarinense de 2020? Qualquer pitaco ou decisão neste momento pode ser prematuro, isso porque o nosso futuro está indefinido. Não sabemos o que poderá acontecer daqui pra frente. A nossa grande torcida neste momento é que esse caos se resolva o mais rápido possível. E temos que fazer a nossa parte nesta batalha, ficando em casa. Paralisar o Catarinão e decretar campeão o Avaí, que terminou a primeira fase como líder, e rebaixar os dois últimos, é uma decisão injusta. Mesmo porque a competição ainda não acabou.
Verdadeiras mulas
No tráfico de drogas, "mulas" são aquelas pessoas utilizadas para carregar as drogas. Nestes tempos de pandemia, o coronavírus precisa de verdadeiras mulas para carregar o seu vírus. Você que não está nem aí para a gravidade desse problema, achando que isso é brincadeira, e sai pra um lado, sai pra outro, vai pra uma praia, e que pode ser infectado, você pode ser essa mula. Portanto, aqui vai o meu recado: fica em casa, sua mula. Isso é para o seu bem, de sua família e de todos nós. Todos devemos fazer a nossa parte.
Hospital de campanha
É num momento tão dramático como este que todos nós devemos dar as mãos, toda a ajuda é bem-vinda. Com o avanço do coronavírus em solo catarinense, o governo estadual não descarta a possibilidade de montagem de hospitais de campanha, como aquele que está sendo montado em São Paulo, no Pacaembu, cidade com maior quantidade de mortos pelo Covid-19. Os clubes envolvidos com o nosso futebol não poderiam agir de maneira diferente. Por aqui, Avaí e Figueirense estão colocando seus centros de treinamentos à disposição das autoridades. Espaços como quartos, refeitórios e lavanderias estão prontos para receber pessoas infectadas. Ressacada e Scarpelli também estão à disposição para a montagem de um hospital de campanha. Até o ex-jogador Marquinho Santos está oferecendo um galpão pela causa.
Juntos iremos vencer
Enquanto toda a população se recolhe à casinha, cientistas, pesquisadores e outros do ramo estão entocados em laboratórios e hospitais com o objetivo de desenvolver armas eficazes contra essa praga do século. No Brasil e em todo o mundo, profissionais desses segmentos estão neste momento trabalhando arduamente para criar uma vacina eficaz para nos livrar desse pesadelo. Nos EUA e na China, testes em seres humanos já começaram a ser realizados. Eu tenho certeza que esta rapaziada conseguirá produzir algo capaz de nos imunizar, impedindo o alastramento do Covid-19. Tenho certeza de que iremos vencer essa batalha. Juntos iremos vencer esse vírus.
Um ídolo para sempre
Não podemos jamais esquecer nossos verdadeiros ídolos. Aqueles que sempre elevaram o nome do nosso Brasil aos quatro cantos do mundo. Seja Pelé, Zico, Guga Kuerten e até mesmo aqueles que infelizmente não estão mais entre a gente. Se vivo fosse, no último domingo (21), início do outono para nós, Ayrton Senna estaria completando 60 anos de idade. Ayrton correu como ninguém e nos deixou aos 34 anos, sempre brindando-nos com suas espetaculares vitórias nas manhãs de domingo. Brigou para chegar onde chegou, não dando chance aos seus adversários. Se por aqui ele estivesse, com certeza estaria brigando de alguma forma contra essa pandemia. Ayrton, um ídolo para sempre.
Campeão brasileiro de 1987
Apesar da veteranice do tema, o Flamengo é o campeão brasileiro de 1987. Por conta de uma briga entre Marcio Braga, ex-presidente do Flamengo, e o facínora Ricardo Teixeira, a CBF decretou o Sport campeão. Aí eu pergunto: Alguém sabe dos resultados do Sport contra clubes como o Corinthians, Palmeiras, Internacional, Grêmio, Santos, Cruzeiro, Atlético-MG, Vasco, Fluminense, naquele ano? Não sabem! Porque não existiram esses jogos. O Flamengo venceu o Internacional na final por 1 a 0. Enquanto isso, Guarani e Sport disputaram uma suposta segunda divisão numa decisão polêmica nas cobranças de pênaltis que persistiu até chegar em 11 a 11 e os dois clubes proclamados campeões.
DROPS DA ARQUIBANCADA
Em tempos de pandemia, os jogadores de Avaí e Figueirense seguem cumprindo as recomendações de seus departamentos médico e físico. A ordem é se exercitarem em suas casas.
Nada será como antes. Infelizmente um futuro nebuloso paira sobre nós. O Azeite Royal, uma grande marca que patrocinava os quatro grandes clubes do Rio de Janeiro, irá rescindir os contratos com esses clubes sob alegação de contenção de gastos.
Muitos clubes brasileiros, principalmente os da Série A, estão se mobilizando na tentativa de reduzir os salários de jogadores, principalmente os salários milionários. Alguns jogadores de mais renome já começam a torcer o nariz.
Pensamento do Bambi
Chifre é igual ao coronavírus: uns já têm, outros vão ter e muitos nunca irão saber que já tiveram.
CARTÃO ROSA para o pessoal da Saúde, seja ela estadual, ou municipal, ou federal, bombeiros, polícia militar, equipe de recolhimento do lixo, atendentes de mercados, supermercados, farmácias, açougues e peixarias, postos de combustíveis, que estão trabalhando duro para nos dar um bom suporte. Quero aqui também mencionar o pessoal da imprensa, que está na rua informando-nos sobre tudo o que está acontecendo.
CARTÃO VERMELHO para estas "mulas" que não estão levando a sério esta pandemia e para estes empresários gananciosos, sejam grandes ou pequenos, que estão aproveitando essa crise na saúde pública para aumentar seus lucros exageradamente. São uns mequetrefes. E também para a atitude indigna do presidente Jair Bolsonaro, que falou que o coronavírus não passa de uma "gripezinha". Deus do céu!
Publicado em 26/03/2020 - por Margarida Clésio Moreira dos Santos