Palhoça e as histórias de suas enchentes
Diferentemente de 2024, Palhoça inicia 2025 com altos índices de chuva, trazendo transtornos em vários bairros da cidade. É muita chuva e mesmo com algumas ações sendo feitas pela Prefeitura, fica praticamente impossível o município escapar de sua sina – pelos registros históricos, Palhoça sempre enfrentou problemas com enchentes.
As primeiras informações a respeito de cheias vêm de 1856: por meio de uma nota publicada no jornal “O Mensageiro”, o governo da Província procurou mostrar seus esforços na reconstrução de várias pontes, possivelmente arruinadas por uma enchente ocorrida em 1854. Ao que tudo indica, foram reformadas quatro pontes na freguesia do Imaruhy, sendo três delas no aterro do Patural, que ligava esta freguesia ao sul do município de Palhoça.
Em 1868, novamente intensas chuvas caíram durante o mês de novembro na bacia dos rios Cubatão e Passa Vinte. Essas enchentes “causaram bastante prejuízos à lavoura em diversas localidades e danificaram as estradas do litoral”. Além disso, outra ponte foi arrancada pelas águas e atirada para longe do seu lugar.
Em 1886, uma grande inundação atingiu toda a região, assim como a Vila Senhor Bom Jesus de Nazaré, que mais tarde se emanciparia de São José para formar o município de Palhoça. Todos os rios da localidade – Maruim, Passa Vinte, Aririú e Cubatão – transbordaram dos seus leitos. As águas ganharam tamanha força que todas as pontes de madeira desde São José até Santo Amaro desapareceram dos seus lugares. Na ocasião, na tentativa de socorrer uma família que teve sua casa invadida pelas águas, três homens embarcaram em uma canoa para atravessar o rio; no entanto, como a correnteza era muito forte, a embarcação virou, causando a morte de duas pessoas.
Dali pra cá, dezenas de enchentes passaram a fazer parte de nosso cotidiano, sendo que em 1992 e 1995 praticamente todo o estado de SC sofreu com as enchentes. Durante os meses do verão, sobretudo em dezembro e janeiro, a situação tende a piorar. O vice-prefeito João Santos, prefeito em exercício em 1995, precisou decretar situação de emergência em Palhoça devido aos estragos causados pelas persistentes chuvas que caíram na região.
O certo é que a história de Palhoça foi marcada por inúmeras enchentes, sejam elas de pequeno ou grande porte. Entretanto, o desastre mais recente, a de 1995, acaba se diferenciando dos demais desastres pela sua natureza complexa, seja pela quantidade recorde de chuva que caiu em dezembro; pelo fato de todos os rios do município terem transbordado; pelo número de pessoas afetadas, feridas e até mesmo mortas; pela destruição de casas, escolas, postos de saúde; pelo medo de um surto de leptospirose; pelas montanhas de lixo e entulhos que se acumularam por dias; pela falta de água potável, luz e telefone; pela destruição da ponte sob o rio Maruim, entre outras consequências.
Enchentes hoje
Mesmo passados 30 anos da enchente de 1995 e terem ocorrido várias outras depois, é ao desastre do Natal de 95 que até hoje fazemos referência nos jornais quando as chuvas voltam a cair intensamente e o nível dos rios sobem, preocupando e assustando os moradores de Palhoça.
O que até os anos de 1970 eram fenômenos naturais, a partir da inauguração da BR-101, com o crescimento da cidade e a predominância da pavimentação asfáltica, o município ficou praticamente com o solo impermeável. Somando hoje a construção do Contorno Viário, a questão das marés, o baixo nível de nosso lençol freático, a falta de conscientização da população com relação ao destino final do lixo e o agravamento do aquecimento global, dificilmente vamos poder dizer que não teremos mais cheias em Palhoça. Resta rezar, pois enchentes sempre fizeram e, ao que parece, sempre vão fazer parte de nossas vidas. Sinceramente, eu é que não gostaria de estar na pele do nosso atual prefeito, nem dos que irão assumir daqui pra frente, pois não basta só que a Prefeitura promova ações para minimizar as enchentes, já que todos nós, palhocenses, precisamos fazer a nossa parte, principalmente respeitando a natureza.
Fazendo o seu papel
Em época de debates fervorosos pelas redes sociais, os nossos vereadores não estão esperando mais a volta dos trabalhos parlamentares nas sessões da Câmara para reivindicar pelas suas comunidades e por Palhoça como um todo. Exemplos são os vereadores eleitos Marcilio da Auto-Escola, Juninho, Pepê e outros vereadores que têm apresentado as demandas das comunidades, como obras de drenagens e desassoreamento de valas e rios. É a política moderna chegando a Palhoça!
Invasão dos argentinos
Palhoça segue registrando altos números de turistas em nossas praias. Mesmo nos dias de semana, é possível ver muitos turistas, com destaque para os argentinos, que têm vindo pra cá em alto número. Pesquisas apontam que, a cada cinco turistas que estão visitando Palhoça, um é argentino. O que é bom para o município, pois eles têm gastado bastante, apesar dos dias nublados e das fortes chuvas das últimas semanas.
Outro destaque do verão de 2025 é o número de excursões com guias que têm aproveitado as belezas naturais do Sul do nosso município.
Horário estendido
No final do ano passado, o jornal Palhocense fez uma matéria com algumas reclamações dos usuários com relação à Defensoria Pública de Palhoça, que, segundo eles, estava com horário reduzido, o que gerava muita fila, fazendo com que as pessoas ficassem esperando na rua. Mas uma boa notícia nesta semana dá conta do anúncio de que o órgão vai estender seu horário de trabalho, o que mostra a força da mobilização popular e também a importância do jornalismo local.
O que Dizem e Eu Não Afirmo...
QUE continua a expectativa sobre quem vai assumir as secretarias municipais em Palhoça. A boa notícia vem do Sul, onde o ex-vice-prefeito Amaro Junior já assumiu o cargo de superintendente. Uma coisa é certa: vontade, interesse e competência não lhe faltam!
QUE o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), anunciou sua pré-candidatura ao Governo do Estado para 2026. Quer dizer que teremos duas candidaturas bolsonaristas, já que Jorginho Mello (PL) também não vai abrir mão da reeleição!
Publicado em 30/01/2025 - por Joao Jose da Silva