A Boca Maldita é Sua...
A BR-282 em Santo Amaro e Palhoça
Nery A. Eller - escritor, funcionário público e morador do Aririú: “Já se passaram quase 30 anos, desde que se inaugurou o traçado da BR-282 por vias centrais de Santo Amaro da Imperatriz e Palhoça. Quando houve a inauguração nesse trecho, ventilou-se que seria um traçado provisório e que o traçado por via própria seria logo construído. Isso, como quase sempre em obras públicas, virou promessa vazia, quimera! Com um trânsito absurdamente intenso, a BR-282 traz diversos problemas para os moradores que residem nas proximidades por onde ela passa nas vias centrais de Santo Amaro e Palhoça. Atravessá-la tornou-se um risco altíssimo, mormente para crianças e idosos.
Todavia, a maior preocupação atual diz respeito à rótula da BR-282, em Palhoça. Quem passa diariamente por esse local pode observar que é um absurdo a BR-282 se ligar à BR-101 através dessa rótula! Como conceber uma BR, no caso a 282, concorrer com o trânsito intenso da via marginal da BR-101 e de outros acessos naquele local? A cada ano que passa, o trânsito se intensifica cada vez mais à BR-282 em Palhoça (desenvolvimento desordenado de Palhoça e região; aumento permanente do trânsito da região, do Planalto, do Oeste e do Extremo Oeste do estado; etc.) e, com isso, os congestionamentos são constantes, causando diversos transtornos aos motoristas que precisam utilizar diariamente essa via. Além disso, temos o travamento da via marginal da BR-101, uma importante via que é muito utilizada por ônibus e demais veículos da região.
É sabido que a ligação da BR-282 deveria se dar diretamente à BR-101 através de um elevado ou viaduto. Esse assunto deveria estar bem claro para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, governo do estado, Prefeitura de Palhoça, além de outros órgãos e instituições envolvidos com esse tema. Todavia, não se vê ninguém da esfera pública se movimentando para solucionar tal problema, que já alcança décadas! Passando-se por esta rótula é possível ver o terreno que deveria servir a essa importante, necessária e urgente obra pública sendo utilizado na edificação de uma grande obra particular! Junto a essa obra particular, uma segunda grande obra já está em vias de ser iniciada! Essas obras particulares liberadas pela Prefeitura de Palhoça junto à rótula da BR-282 praticamente liquidam com a ligação direta da BR-282 à BR-101.
O trânsito nessa rótula, que já é saturadíssimo e estressante, ficará ainda pior com o movimento de carros que essas obras suscitarão no local! Eu reputo isso a um grande equívoco dos setores públicos municipal, estadual e federal. Uma verdadeira falta de visão e leitura da situação atual de mobilidade que temos hoje e que será exponencial nos próximos anos. A alça de contorno da BR-101 em Palhoça já sofreu alterações de prazo e custo devido a essa visão liberalista de edificações sem o devido planejamento e organização do espaço público. A rótula da BR-282 segue o mesmo caminho, ficando num segundo plano em termos de mobilidade.
Se Palhoça passa por um momento onde a mobilidade é uma das piores do estado (senão a pior), não seria coerente se trabalhar juntamente com o governo do estado, Dnit e nossos representantes nos Legislativos estadual e federal, para que a ligação da BR-282 à BR-101 aconteça o mais breve possível, reservando-se espaço físico para tal fim? O futuro se constrói com ações do presente! No entanto, o que se vê hoje é algo bastante preocupante para esse futuro que nos espera”!
Máquinas de gastar dinheiro
Baseado em dados divulgados pelo site do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC) em Portais da Transparência Municipais e Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Observatório Social do Brasil, unidade de Brusque, fez um levantamento dos gastos das câmaras de vereadores de todos os municípios catarinenses referente ao ano de 2017. Adivinhe quais as cinco câmaras de vereadores mais onerosas do Estado:
1 - Florianópolis (R$ 55,2 mi)
2 - Joinville (R$ 38,1 mi)
3 - Itajaí (R$ 29,7 mi),
4 - Blumenau (R$ 25,9 mi)
5 - Palhoça (R$ 15,8 mi)
Os gastos destas cinco câmaras representaram mais de 25% do total de todos os gastos efetuados pelas 295 câmaras de vereadores de Santa Catarina.
As despesas das casas legislativas dos quatro maiores municípios da nossa região: Florianópolis (R$ 55,2 mi), Palhoça (R$ 15,8 mi), São José (R$ 15,7 mi) e Biguaçu (R$ 6,6 mi) representaram mais de 15% do total dos gastos efetuados pelas 295 câmaras de vereadores do estado.
E tem mais: a soma do custo de todas as 295 câmaras de vereadores foi menor que o custo da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) em 2017. Enquanto as 295 casas legislativas, com 2.903 vereadores, gastaram R$ 616 milhões, a Alesc, com 40 deputados, gastou R$ 637 milhões.
Isso é o que eu chamo de jogar dinheiro público pelo ralo. Enquanto isso, alguns consideram que dar R$ 100 mil para uma escola de samba divulgar o município é que é desperdício!
Uma Nação cultural
Sei que muita gente criticou a Prefeitura de Palhoça por ter repassado R$ 100 mil para a Escola de Samba Nação Guarani, para que ela participasse do desfile das escolas na Passarela Nego Quirido. , a quantia me pareceu insignificante, já que muito pouco se dispensa para a cultura em nosso município. Afinal, a gente não quer só asfalto... a gente quer asfalto, saúde, educação, cultura e arte.
Publicado em 07/03/2019 - por Joao Jose da Silva