Uns sentem a chuva, outros apenas se molham
O tempo está descontrolado
Chuva cai a todo momento
Deixando alguns sem guarida
Sem teto e sem alimento
Às vezes, a chuva traz alegria
E é vista com simpatia;
Em outras, traz sofrimento.
Com as torneiras do céu abertas
Na terra pegou a chover
No Brasil e no mundo
Caiu chuva pra valer
O que agora vou relatar
Não é pra você se espantar
Foi só o que cheguei a ver.
A chuva que por aqui caiu
Começou na quarta, o povo ficou exposto
Foi tanta água na região caindo
Que o sol perdeu o seu posto
Vimos estrada virando trapo
Gente se transformando em sapo
Quase morrendo de desgosto.
Com tanto sapo e lixo aparecendo
Nos terrenos baldios e avenidas
A Zurilda do Furadinho
Anda com medo de ser mordida
Não sabe que sapo não tem dente
Só o Davi Weiss ficou contente
Pois Sapo foi por toda vida.
Choveu quase sem parar
Nem o céu mostrou a venta
O azul anil foi ficando cinza
Tanta chuva nem o Jorge aguenta
Um recado a São Pedro mandou:
“Se não cessar a chuva, o dízimo não dou
Nem me benzo mais com água benta”.
Mesmo assim, não parou de chover
Do sol, só se via um fio
A dona Bilóca falava de dilúvio
Com receio, não dava um pio
Com medo de outra enchente
E para avisar nossa gente
Ficou monitorando os rios.
Na margem dos rios Passa Vinte e Cubatão
Ficaram o Pitanta e o Neném
Jogando galho de arruda
Rezando e dizendo amém
O problema é que a reza foi fraca
Quase chutaram o pau da barraca
Disseram: “Parece coisa do além”.
O Freccia olhava o dilúvio
E vendo aquele aguaçal
Já tinha mandado limpar as valas
O que foi uma ideia genial
Como fez um trabalho decente
Com o secretariado fez corrente
Pra maré não subir mais que o normal.
Em dia ou noite de muita chuva
Sair de casa não se aconselha
Chamaram a Defesa Civil às pressas
Pra socorrer a dona Ofélia
Que saiu lá da Cova Funda
Num buraco caiu de bunda
Quase morreu, a pobre da velha.
Ela vinha pelo Caminho Novo
Como se estivesse no cio
Ia dançar no Maré Alta
Mas um buraco não viu
Caiu de pernas arreganhadas
Ficou lá, estrebuchada
E nem seu baile curtiu.
Também a Laura do Aririú
Ouviu o som das trombetas
O mundo acabaria em água
Seria o fim do planeta
Anunciava o fim dos dias
Rezou mais de mil Ave-Maria
Pra de Palhoça afastar o capeta.
Tristeza era na Prefeitura
Ver tudo virando meleca
Todos com a mão na cabeça
Perdendo cabelo e ficando careca
Diziam: “É um grande saco
Queremos ir tapar os buracos
Mas não dá de tirar a água de caneca”.
Enquanto isso, na Câmara
Os pedidos eram a granel
Os vereadores pediam chorando
Providências e coisa e tal
Vendo a água fazendo misérias
Lembraram que estavam de férias
E foram brincar com barquinhos de papel.
O político da Câmara de nossa região
Quando trabalha me comove
Passa três meses trabalhando
E sem trabalhar passa nove
Porque tem a obrigação
Para uma melhor compreensão
De só trabalhar quando chove.
O Luciano, em São Pedro botava a culpa
Na rede social malhava
Dizia que se fosse ele o prefeito
Tudo isso sozinho evitava
“Não teria deixado chover
Saberia muito bem me precaver
Agora, choveu até onde era a Rua Tapada”.
Com uma classe política decente
O Brasil na certa melhoraria
Por sorte, desta vez não deu tanta enchente
Mesmo sem obras de engenharia
De investimentos, o Brasil carece
Pois é o povo que padece
Com lama e buraco noite e dia.
Mas precisamos de parceria
Entre Prefeitura e moradores
Cada um fará sua parte
Preservando os bons valores
Não jogando lixo na natureza
As enchentes com toda certeza
Não vão causar tantos horrores.
Tudo o que vem acontecendo
É obra da mãe natureza
Pode ser até castigo
Vindo do céu, com certeza
Pra mostrar que Deus existe
Ele aponta de dedo em riste
Para que parem com a malvadeza.
Muita gente neste mundo
Pra Deus não quer mais rezar
Só pensa em fazer safadeza
Vive de roubar ou matar
De Deus fazem desdém
Mas quando o desastre vem
São os primeiros a se cagar.
Licença, caros amigos,
Hoje pretendo falar
Sobre o meio ambiente,
Que é preciso preservar,
O mundo pede socorro
E nós temos que ajudar.
Nós temos que cuidar das florestas
Para respirar um bom ar,
Salvar bichos e matas
Para a vida melhorar,
Evitar a poluição
E o planeta salvar!
Os cientistas alertaram
Que a Terra não está bem,
A culpa é do próprio homem
Que não respeita ninguém
Esquece que a terra dá a moradia
E a própria vida também.
O planeta está enfrentando
O aquecimento global,
Que põe em risco a todos,
Ninguém está imune do mal,
A coisa é preocupante
E não é nada normal.
O aquecimento global,
Como a própria expressão diz,
Deixa o planeta mais quente
E a vida por um triz,
Levando a muitas mudanças
Que fazem o povo infeliz.
Inspirado nos cordéis de Gustavo Dourado e Francisco Dinis
Segue na próxima edição
Publicado em 24/01/2025 - por Beltrano