Extra! Uma eleição e suas assombrações
Extra! Extra!! Quem escolheu fez um escolhão! Acabou a mamata, rapaziada! Acabou a gasolina, acabou a promessa, agora só se for no cartão ou no carnê das Casas Bahia. Um candidato me disse que depois que se elegeu: “Se cozinho, não lavo”. Não dá pra voltar atrás nas urnas! Todo mundo viu. O povo foi à zona e enfiou o dedo! Em plena democracia, só deu pro Freccia, que, segundo dizem, não nasceu com a bunda virada pra lua, nasceu com uma lua dentro da bunda! Rá, rá, rá, rá...
O “sangue bom” patrolou todo mundo e cantou de galo. Foi de 22 e elegeu 17 ou 18! É aquela velha história: quem tudo quer, tudo ganha! Tem gente que ainda pensa que Palhoça é cidade dormitório e passa quatro anos dormindo de touca e depois reclama por ter acordado tarde! Errar é humano; culpar outra pessoa, em Palhoça, é política. Já o Luciano abraçou Palhoça junto com o Sérgio Guimarães e colocou o 55 no mapa. Mostrou que a turma do Sadol e do Biotônico Fantoura não afrouxa. Chegou em segundo a 80 por hora! Quase ganhou a corrida, só não ganhou do Freccia porque ele virou o frango da Sadia ou um queniano na corrida de São Silvestre!
Mas teve muita gente que saiu frustrada desta eleição! Foi o caso daqueles candidatos que, pela primeira vez, não conseguiram dar a segunda. O Bala que o diga! Já o Moraes e o Alex Motta tiveram o maior azar: os eleitores deles acabaram votando em trânsito ou foram em algum culto! O Luciano, a Tânia, o Gilliard e a Ana vão continuar tentando dar a primeira! Daqui a quatro anos, virão de novo pregando a renovação! Já a Soraya foi a segunda mais votada das mulheres; não conseguiu chegar porque o Sul do município pertence ao “Sul da Ilha”! A Tânia do PT conseguiu passar uma bela mensagem nesta eleição: “Fora Bolsonaro”. É por isso que eu digo: morro, vou morar na frente da antiga casa do Ronério e não vejo tudo!
Eu, particularmente, gostei da eleição. Principalmente, gostei de tudo que a oposição falou. Pena que o que eles falaram foi como bala perdida: entrou por um ouvido do eleitor e saiu no outro! O Antônho do Bidunga acreditou em tudo que os políticos disseram na eleição, principalmente o que disseram um do outro! Rá, rá, rá, rá...
Para muitos, perder ou vencer as eleições não foi difícil. O difícil vai ser pagar as dívidas! Um candidato a vereador que não se elegeu me dizia: “Dívida pra mim é sagrada”. Então, eu me animei todo e pensei: “Graças a Deus vou receber o anúncio do santinho”. Mas ele completou: “Deus lhe pague”. Tem vereador não eleito que não quer escutar as expressões “tamanho não é documento” e “dinheiro não traz felicidade”. Fui saber po que e ele revelou: “Quem inventou essas frases era muito pobre ou tinha o pinto pequeno”.
Eu me solidarizo com os mais de 250 candidatos que perderam a eleição. Sei que é difícil! Hoje em dia, é muito mais fácil comprar. Aconselho quem não se elegeu que não desista do sonho. Se for muito caro numa padaria, procure na próxima! Rá, rá, rá, rá...
Sou a favor da renovação da Câmara, pois político é como frauda: devia ser trocado constantemente e sempre pelo mesmo motivo! Para o povo, errar é humano, mas mal sabe ele que, para se fazer uma monstruosa cagada, é preciso se eleger primeiro! Rá, rá, rá, rá...
O vovô dos vereadores, o Pitanta, foi reeleito pela 12a vez! Virou de vez o vereador terceira idade: aquele que bota os óculos para ouvir o rádio! Quem também foi bem votado foi o Pepê. Pequeno? Só no tamanho!
Tem vereador que se elegeu e descobriu que quem dá pra pobre ainda tem que pagar o motel! O falecido Jorge da dona Bilóca é que dizia que política é a arte de arrancar dinheiro dos ricos e votos dos pobres, com o pretexto de protegê-los uns dos outros!
Outro vereador eleito fazia festa no domingo à noite na praça e garganteava: “Agora, se der vontade de beber, nóis bebe; se der vontade de comer, nóis come; se der vontade de trabalhar pelo povo, nóis dorme e espera a vontade passar”.
Continua na próxima edição
Publicado em 10/10/2024 - por Beltrano