25b6b11f2fa2bce079c623a75a67071a.jpeg Lampluz celebra ampliação com festa especial nesta quinta-feira (21)

28b9699ef83d4e6b7e945f462ad2aceb.jpeg Rajadas de vento derrubam ao menos duas árvores em Palhoça

a2f8977f0e7597f90e7d86d65694b15f.jpg Defesa Civil alerta para riscos de temporais e agitação marítima em Santa Catarina

c3a617f9c40c6b2bcba437f7dc583bd7.png Águas de Palhoça inicia chamamento público para serviço de verificador

a2244fd2ad6b573f5dee9091717071b5.jpeg Relatório do IMA analisa balneabilidade nas praias de Palhoça na semana do feriadão

133df88ff1527b92ca757297a0470b69.jpeg Alunos do Programa de Educação Musical de Palhoça apresentam concerto

6527a2d7d24c0af020c8a55517ff9e18.jpeg Festival Solidário da Pró-Crep reúne ações culturais e socioambientais

af662679ca85149c7152db5017355b1e.jpg Premiação Trajetória Cultural Palhocense: FMEC divulga inscrições deferidas

3f5a34724984249b39fb4b9527c3d370.jpeg Centro Cultural recebe exposição no Mês da Consciência Negra

d4dd8eca14c950d508336c85ee5b9039.jpeg Jovem de Palhoça conquista medalha nos Jogos da Juventude Caixa

ee05e058856a08c8d6de3d64e4e969b8.jpeg Programa Educa+Esporte realiza capacitação de basquetebol

6c8ea95c8d3178d84e72de169f612fd2.jpeg Palhoça terá equipe na badalada estreia do surfe nos Jasc

0a89397242042586eb759db06068e2a0.jpeg Atleta de Palhoça integra equipe brasileira de tiro com arco no Oriente Médio

c69cabc404913995e3ac2597c3282619.jpeg Amor pelo jiu-jitsu: mãe e filhos participam da mesma competição

Beltrano - Edição 816

As doenças do meu tempo de criança

 

Vou contar neste pasquim
Como o mundo de hoje mudou
A começar pelas doenças
Que o mundo transformou
Doenças que foram simbora
Passado que muito incomodou.

O Zé Manjuva da Pinheira
Sempre foi empalamado
Quando ele era criança
Teve mil ossos quebrados
Sem falar em nervo torto
Azedume e estômago inchado.

Perebento era viver enferidado
Tá com boi era menstruação
O ardido estava estragado
Ou era dor de esquentação
Faniquito era desmaio
Resfriado e gripe: difurção.

Se hoje temos o zica
Aids, Covid e outros perrengues
Quando o Zé era pequeno
Diz que não existia a dengue
Mas uma pereba na perna
Faz com que até hoje capengue.

Teve moléstia de macaco
Que o impedia de crescer
Por mais que dessem comida
Não adiantava comer
Era bicha, solitária
Que o fazia emagrecer.

Nasceu com a moleira mole
Quem curou foi benzedeira
Por andar com o pé no chão
Seus pés eram só frieira
Vivia com diarreia, 
Pra não dizer caganeira.

A caganeira era comum
Causava-lhe nó nas tripas
A dor no estômago, gastura
Deixou-lhe magro feito ripa
Vivia com ranho no nariz
Espirra e logo engripa.

Diz o Zé que tem saudade
Do tempo que doença era ideia
Com o advento da Covid, do câncer
O esquecimento virou apneia
Diz que era feliz e não sabia
Quando doença de rua era só gonorreia.

O furúnculo era uma postema
Infeccionado no seu corpo
Sua mãe, dona Zurilda, conta
Que também sofria de nervo torto
Quando ficava embuchada 
A parteira era o conforto.

A mulher que ganhava filho
Tinha que ficar de resguarde
Tudo que aperta, segura
Tudo que cura, arde
As doenças de crianças
Valiam antes do que tarde.

A criançada sofria
Com zibra e tosse comprida
Sapinho, chamado boqueira
Bicho do pé e espinhela caída
Sem falar no apianço
Quebrante, íngua e ferida.

Muitas dessas doenças
Eram tratadas a garrafadas
Uma mistura de ervas
Que as deixavam curadas
Eram feitas por benzedeiras
Guiadas por uma mão sagrada.

Antigamente, o derrame
É que matava muita gente
Hoje em dia, o AVC e o enfarte
Deixam muita gente doente
Mas com o avanço da medicina
Há quem tenha e nem sente.

De primeiro, era assim
Um salapismo se usava
Pra fazer um curativo
Quando malecho se encontrava
Só depois batiam uma chapa
Pra saber o que se passava.

Bastava um bicho berne
Pra ficar acachapado
Se ficava meio banzo
Com o calombo alojado
Um bichinho tão pequeno
Podia deixar entrevado.

Pra “queimor no estômago”
O remédio era o azeite
Ter congestã era normal
Não há quem não aceite
Que a congestã era causada
Por comer melancia com leite.

Vivia-se com o ovo virado
Vomitávamos até o bucho
Pra ver o estômago limpado
A gente dormia de bruços
Depois, acordávamos curados
O problema era o soluço.

Vivia com grande dor
Quem tinha o figo ofendido
Batia o suor e o desespero
E um zumbido no ouvido
Pra piorar, não defecava
Ficava todo entupido.

Ficar só no espinhaço
Significava magreza
Dor no zóio, nuviamento
Catarata ou vista presa
Depressão era pra rico
Caduquice pra pobreza.

Tinha doença feito gota
Sem cheiro, nariz entupido
Doença do rato, dor na junta
Unheiro, asma e corcova
Mal jeito no espinhaço
Catarro, peito doído.

Na época, todo vivente
A malária evitava
Junto com a tuberculose
Que muita gente matava
Com a catapora e o sarampo
Todo mundo se assustava.

Entre as doenças ruins
A caxumba eu destaco
Era a mais doída delas
Deixava o sujeito fraco
Ainda mais quando a doença
Recolhia para o saco.

Cansaço e dor no peito
Eram sintomas do coração
Como achavam que não doía
Botavam a culpa no pulmão
Mas dor de cabeça em Palhoça
Quem mais sentiu foi o Cabeção.



Publicado em 04/11/2021 - por Beltrano

btn_google.png btn_twitter.png btn_facebook.png








Autor deste artigo


Mais vistos

Publicidade

  • ea73bab336bac715f3185463fd7ccc14.jpg