De volta ao passado
Sonhei que tinha inventado
Uma moderna máquina do tempo
Saí pelo passado, viajando
Montado num redemoinho de vento
Voltei aos tempos de outrora
Para presenciar os acontecimentos.
Me vi na beira de um rio
Em minha volta, dei uma olhadela
Vi os guaranis numa grande maloca
Aos pés do Morro do Cambirela
No mar, navegava mansinha
Uma linda caravela.
Eram os açorianos chegando
De emoção, soltei um grito
Cinquenta famílias desembarcavam
Na antiga Enseada de Brito
Contrariando a história dos livros
E o que neles estava escrito.
Em mil setecentos e cinquenta
Eu presenciei esse fato
Quem foi o fundador de Palhoça
Se ninguém bateu retrato?
Foi Domingos de Brito Peixoto
Ou Caetano Silveira de Mattos?!
Fui tirar a história a limpo
Isso não podia ficar assim
Embarquei na máquina e fui
Para as margens do Maruim
Visitar o Caetano Silveira de Mattos
Para que explicasse pra mim.
A máquina me levou a 1793
Da época, vi um desenho
Encontrei o Caetano dormindo
Era o que fazia com empenho
Enquanto os escravos trabalhavam
Na lida duríssima do engenho.
Fiquei ali por uns dias
Vendo mercadoria chegar
Então, embarcava em balsas
Para à ilha de Desterro levar
Levavam a carne, a farinha
E traziam pouca coisa de lá.
Antes de viajar de novo no tempo
Na Enseada eu estive, em regresso
O lugar cresceu e se desenvolveu
Na agricultura, na pesca e no resto
Com engenhos de açúcar e farinha
A vila vivia, há 40 anos, o progresso.
Saí daquela época, de fininho
Caetano tinha fama de matador
Podia mandar me capar
Porque minha viagem provou
Que foi um homem importante
Mas nunca foi nosso fundador.
Daquele sonho estranho, acordei
Incrível, como a imaginação se expande
E assim deixei o passado
Antes que tudo desande
De Palhoça, quero viver o presente
Pois meu amor por Palhoça é grande!
Publicado em 29/07/2021 - por Beltrano